quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Xótraques, Truques e Verborreia


Definir o comportamento absurdo e extravagantemente alucinado de alguém que é indefinível, desnaturado, incompreensível, fluído e volúvel, bêbedo de poder, pantomineiro, desprendido da realidade e da verdade, truculento, arrogante, vaidoso incorrigível, ameninado, vítima fácil, tudo isto ao mesmo tempo numa personalidade, é tarefa completamente votada a fracasso de entendimento definidor. Mas que talvez se possa entender melhor com algumas frases célebres de tradutores vultuosos da coisa política e da encenação cobarde da governação nos regimes democráticos. Ora vejamos:

Maquiavel, na sua obra magna de política, “O Príncipe” de 1532, retrata a facilidade com que os dirigentes políticos menores podem seduzir, enganar, mentir, ludibriar, encurralar, e finalmente empobrecer os povos que governam ao dizer claríssimamente que “os homens são tão simples e tão obedientes às necessidades do momento, que quem engana encontra sempre quem se deixa enganar”, e que também na realidade, “ os homens em geral julgam mais com os olhos do que com as mãos, porque todos podem ver facilmente, mas poucos podem sentir. Todos vêm bem o que pareces, mas poucos têm o sentimento do que és – e estes poucos não ousam contradizer a opinião da maioria que tem do seu lado a majestade do Estado a defendê-los”.

2º Adam Smith, o pai da economia política, filósofo do liberalismo, também dizia na sua obra-prima de 1776, “A Riqueza das Nações”, que: “O orgulhoso ministro de uma faustosa corte pode, muitas vezes, ter o prazer em executar uma obra de pompa e magnificência, como por exemplo uma grande estrada frequentemente apreciada pela alta nobreza e cujo aplauso não só alimenta a sua vaidade como ainda contribui para manter a sua influência na corte. Ma executar muitas obras pequenas, nas quais nada do que se faz salta aos olhos, nem provoca a mínima admiração de qualquer viajante e que, em resumo, nada possuem de especial que as recomende, a não ser a sua extrema utilidade, é algo que surge como demasiado mesquinho e insignificante para merecer a atenção de um magistrado superior. Por consequência, numa administração deste género, estas obras são quase sempre totalmente descuradas”.

Arnaud Mayeur, na sequência de uma análise profunda aos denominados ciclos político-económicos das democracias em que os dirigentes manipulam grosso modo as políticas para obterem resultados eleitorais vantajosos, dizia que “à semelhança do que dizia Winston Churchill [um dos grandes líderes políticos do século vinte], a democracia é, ao mesmo tempo, o melhor e o pior dos sistemas: o melhor porque só o povo é soberano nas suas escolhas e julga as acções desenvolvidas; o pior porque pode ser dominado, desviado, modificado, por políticas e por políticos embriagados com o poder…”.

Palavras, mais palavras, para quê? É um artista, um grande artista, português! Ele é “Xótraques, Truques e Verborreia”, tudo em muito, infelizmente para os tristes portugueses pagadores de impostos e da dívida soberana por várias décadas que aí vêm vindo! E em cada uma daquelas citações acima podem encontrar-se esclarecidas as formas de pensar, agir e governar da dita criatura que conduziu Portugal ao abismo. E que vai levar portugueses de todas as idades a pagar com empobrecimento a loucura despudorada de governar em que a personagem indefinível se embebedou de poder!

José Pinto Correia, Economista

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Tragédia Anunciada e Portugal!

Afinal as contas do orçamento servem para quê? Ninguém agora parece estar a apresentar soluções para a tragédia que estava anunciada. E quem vai estar ao leme para todos os anos que aí vêm e que implicam grandes sacrifícios? Já não há disposição para ouvir os governantes que aqui nos conduziram! E não podem ser os mesmos actores políticos, medíocres e mentirosos, que definam as condições e as estratégias que possam salvar Portugal. Têm de vir para ribalta política e partidária pessoas com passado profissional e vida reconhecida como incólume do ponto de vista ético e do rigor para que os portugueses possam confiar os seus destinos e os dos seus filhos nas suas escolhas, decisões e acções. Está em causa o futuro independente e digno de Portugal, como Nação milenar e Pátria dos portugueses de todas as gerações.