Portugal está no caminho da desgraça, não apenas financeira e económica, mas sobretudo moral e do próprio regime. Não será apenas o cada vez mais patente regresso a uma vil e apagada tristeza, com a proliferação da miséria nauseabunda numa Europa em queda de poder e significado no Mundo global competitivo, mas sobretudo a impostura de uma “mentirocracia” que se vai esgotar numa qualquer esquina próxima da nossa história colectiva. Há, por conseguinte, por lassidão e desmoralização crescentes um verdadeiro processo de “Podridão Reaccionária Em Curso (o PREC de 2009)” que pode vir a terminar em verdadeiras convulsões sociais de que ninguém pode antecipadamente prever como começam e terminam.
E não é certo, bem pelo contrário, que a revolta (porque a indignação já não se basta) não possa vir a estar de novo na rua se as elites prostituídas pela perfídia da bebedeira do poder não tomarem uma caminhada de dignidade, honradez, rigor patriótico, e se relegitimarem aos olhos do povo que devem liderar.
Vamos ver como alguns dos nossos melhores de sempre (Pessoa, António Vieira e Eça) viram Portugal e os portugueses que os lideravam e podem permitir-nos ver a nossa tristonha e vil realidade de uma República que deixou de ter ética própria de legitimidade inquestionável e que relativiza dia após dias os valores do Bem e do Mal, do Bom e do Mau Governo (foi esse, lembre-se agora vivamente, o fio condutor para a longa ditadura salazarista, não o esqueçamos agora, porque a farsa, primeira, pode repetir-se em tragédia, como segunda).
1. “O Fracasso”, para Fernando Pessoa (em Páginas do Pensamento Político 1910-1919, edição Europa-América, Organização de António Quadros, 1986)
“Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos – porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com o seu quadro de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos – de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime a que, por contraste com a monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.
A monarquia havia abusado das ditaduras; os republicanos passaram a legislar em ditadura, fazendo da ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as submetendo a cortes constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. A lei do divórcio, as leis de família, a lei da separação da Igreja do Estado – todas foram decretos ditatoriais, todas permanecem hoje, e ainda, decretos ditatoriais.
A monarquia havia desperdiçado, estúpida e imoralmente, os dinheiros públicos. O país, disse Dias Ferreira, era governado por quadrilhas de ladrões. E a república que veio multiplicou por qualquer coisa – concedamos generosamente que foi só por dois (e basta) – os escândalos financeiros da monarquia. (…)
(…) É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja, que nos tenha advindo da proclamação da república? Não melhorámos em administração geral, não temos mais paz, não temos sequer mais liberdade. Na monarquia era possível insultar por escrito impresso o Rei; na república não era possível, porque era perigoso, insultar até verbalmente o Sr. Afonso Costa. (…)
(…) Este regime é uma conspurcação espiritual. A monarquia, ainda que má, tem ao menos de seu o ser decorativa. Será pouco socialmente, será nada, nacionalmente. Mas é alguma coisa em comparação com o nada absoluto que a república veio [a] ser” (fim de citação).
2. “A falta de sal na Terra”, para o Padre António Vieira (em Sermão de Santo António aos Peixes, pregado na cidade de S. Luís do Maranhão em 1654, edição Clássicos da Língua Portuguesa, Sermões, 1979)
“Vós, diz Cristo, senhor nosso, falando com os pregadores, sois a sal da terra; e chama-lhe sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhe dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga e os pregadores dizem uma ciosa e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem que fazer o que dizem; ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é isto tudo verdade? Ainda mal.
Suposto pois que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar, que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra?” (fim de citação).
3. “Teodoro* entre o Céu e o Inferno”, para Eça de Queiroz (em o Mandarim, Obras Completas de Eça de Queiroz, III Volume, Círculo de Leitores, 1980)
“Veio-me à ideia de repente que tinha diante de mim o Diabo: mas logo todo o meu raciocínio se insurgiu resoluto contra esta imaginação. Eu nunca acreditei no Diabo – como nunca acreditei em Deus. Jamais o disse alto ou o escrevi nas gazetas para não descontentar os Poderes Públicos. Mas que existam estes dois personagens, velhos como a Substância, rivais bonacheirões, fazendo-se mutuamente pirraças amáveis –, um de barbas nevadas e túnica azul, na toilette do antigo Jove, habitando os altos luminosos, entre uma corte mais complicada que a de Luís XIV; e o outro enfarruscado e manhoso, ornado de cornos, vivendo nas chamas inferiores, numa imitação burguesa do pitoresco Plutão – não acredito não, não acredito! Céu e Inferno são concepções sociais para uso da plebe – e eu pertenço à classe média. Rezo, é verdade, a Nossa Senhora das Dores: porque assim como pedi a compadrice do Sr. Doutor para passar no meu acto, assim como, para obter os meus vinte mil réis, implorei a benevolência do Sr. Deputado, igualmente, para que me não assalte o tifo e não me fulmine a apoplexia, necessito ter uma protecção extra-humana. Ou pelo rapé ou pelo incensador, o homem prudente deve ir fazendo assim uma série de sábias adulações desde a Arcada até ao Paraíso” (fim de citação).
(*) Teodoro é o personagem principal desta obra do nosso grande Eça de Queiroz, trabalhava em Lisboa onde era amanuense do Ministério do Reino e vai correr mundo até Jerusalém abonado pela sua rica tia, uma fervorosa católica apostólica romana que queria converter o seu perdido sobrinho e desviá-lo dos caminhos ínvios da capital.
Há praticamente um ano escrevi aqui neste mesmo espaço do Jornal um texto a que dei o título de “Um ar funesto na cidade”. Embora de um modo convenientemente metafórico e eminentemente simbólico esse escrito torna-se agora de novo muito oportuno e respigo para hoje as frases que se seguem, que com muita humildade parecem renovar as palavras de Pessoa, Vieira e Eça que acima ficaram.
4. “Um ar funesto na cidade”
“Há um ar funesto a descer sobre a cidade. Sente-se já o cheiro de uma certa podridão a invadir as nossas narinas. O Sol parece que vai desaparecer e abandonar-nos na volta dos dias que estão para vir. O bulício das crianças já se desvanece numa quietude que nos inquieta e abre fragas nos sentidos.
Os rostos que passam deixam transparecer um olhar baço e uma tez arreganhada. Sentem-se as preocupações e palpita-se a desconfiança. Vem-se a nós a desesperança e o abandono das conquistas no futuro. Este lê-se prenhe de desvarios e de escuridão. A luz apaga-se a cada instante que nos perpassa. Não se vê um amanhã novo, um horizonte radioso. Dá-se-nos a vontade de fechar as janelas e soltar um grito – lancinante de dor e de raiva.
As ruas estão inundadas de ignomínia, de luxúria, de sofreguidão insana pelo vil metal, de despreocupação com os infortúnios e a miséria. A injustiça é flagrante e adensa-se a corrupção das mentes e dos corpos. Tresandam-se as rosas e os canteiros, neles fenecem as sementes da boa fortuna. No rio há um imenso lodaçal, nem os peixes se podem salvar já, de tanta podridão. Consomem-se as almas, soam as desventuras, invade-se a inteligência com medos, campeia já a lassidão e a indiferença doentia. Socialmente rareiam os princípios, a dignidade e a respeitabilidade. Soam atrozes as ilusões e as mentiras, ribombam as trombetas da propaganda. Na cena, no espaço central da “polis”, vagueiam as mesmas sombras – da arrogância, da altivez, do desvario, do insuportável manobrismo.
“Chega, basta, que a canga está demais” – grita um alguém de lá de baixo, cheio da sua miséria longamente sofrida em silêncio!” (fim de citação).
A 3ª República perdeu continuadamente a sua moralidade e o estatuto das elites políticas e outras é medíocre e desacredita-as aos olhos dos comuns cidadãos; o próprio regime passa a estar progressivamente em questão pela degradação a que se vem assistindo (Pessoa tem outra vez razão). Não há sal que evite a corrupção, nem os pregadores pregam as doutrinas sãs, preferem pregar-se a si-mesmos e aos seus súbditos servis e benevolentes; campeia a verdade dos factos sujos das acções e das vontades dos poderosos (Vieira tem agora novamente sentido: não há sal para esta Terra!). Os Teodoros estão aí em todo o lado, nos postos mais altos da República, onde beneficiam da compadrice e do espírito de seita que substitui a competência e o rigor pelo “amiguismo” e o seguidismo político-partidário (Eça definiu os personagens que pululam nos meandros e corredores do poder; e aos outros, os “filhos de deuses menores”, só lhes resta pedirem a intercessão dos Deuses e dos Anjos para sobreviverem).
Portugal vai-se, assim, esvaindo e apoucando, num processo de apodrecimento e desvario moral que não pode acabar em Bem!
José Pinto Correia, Economista
E não é certo, bem pelo contrário, que a revolta (porque a indignação já não se basta) não possa vir a estar de novo na rua se as elites prostituídas pela perfídia da bebedeira do poder não tomarem uma caminhada de dignidade, honradez, rigor patriótico, e se relegitimarem aos olhos do povo que devem liderar.
Vamos ver como alguns dos nossos melhores de sempre (Pessoa, António Vieira e Eça) viram Portugal e os portugueses que os lideravam e podem permitir-nos ver a nossa tristonha e vil realidade de uma República que deixou de ter ética própria de legitimidade inquestionável e que relativiza dia após dias os valores do Bem e do Mal, do Bom e do Mau Governo (foi esse, lembre-se agora vivamente, o fio condutor para a longa ditadura salazarista, não o esqueçamos agora, porque a farsa, primeira, pode repetir-se em tragédia, como segunda).
1. “O Fracasso”, para Fernando Pessoa (em Páginas do Pensamento Político 1910-1919, edição Europa-América, Organização de António Quadros, 1986)
“Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos – porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com o seu quadro de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos – de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime a que, por contraste com a monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.
A monarquia havia abusado das ditaduras; os republicanos passaram a legislar em ditadura, fazendo da ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as submetendo a cortes constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. A lei do divórcio, as leis de família, a lei da separação da Igreja do Estado – todas foram decretos ditatoriais, todas permanecem hoje, e ainda, decretos ditatoriais.
A monarquia havia desperdiçado, estúpida e imoralmente, os dinheiros públicos. O país, disse Dias Ferreira, era governado por quadrilhas de ladrões. E a república que veio multiplicou por qualquer coisa – concedamos generosamente que foi só por dois (e basta) – os escândalos financeiros da monarquia. (…)
(…) É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja, que nos tenha advindo da proclamação da república? Não melhorámos em administração geral, não temos mais paz, não temos sequer mais liberdade. Na monarquia era possível insultar por escrito impresso o Rei; na república não era possível, porque era perigoso, insultar até verbalmente o Sr. Afonso Costa. (…)
(…) Este regime é uma conspurcação espiritual. A monarquia, ainda que má, tem ao menos de seu o ser decorativa. Será pouco socialmente, será nada, nacionalmente. Mas é alguma coisa em comparação com o nada absoluto que a república veio [a] ser” (fim de citação).
2. “A falta de sal na Terra”, para o Padre António Vieira (em Sermão de Santo António aos Peixes, pregado na cidade de S. Luís do Maranhão em 1654, edição Clássicos da Língua Portuguesa, Sermões, 1979)
“Vós, diz Cristo, senhor nosso, falando com os pregadores, sois a sal da terra; e chama-lhe sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção, mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhe dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga e os pregadores dizem uma ciosa e fazem outra, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem que fazer o que dizem; ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo, ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é isto tudo verdade? Ainda mal.
Suposto pois que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar, que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra?” (fim de citação).
3. “Teodoro* entre o Céu e o Inferno”, para Eça de Queiroz (em o Mandarim, Obras Completas de Eça de Queiroz, III Volume, Círculo de Leitores, 1980)
“Veio-me à ideia de repente que tinha diante de mim o Diabo: mas logo todo o meu raciocínio se insurgiu resoluto contra esta imaginação. Eu nunca acreditei no Diabo – como nunca acreditei em Deus. Jamais o disse alto ou o escrevi nas gazetas para não descontentar os Poderes Públicos. Mas que existam estes dois personagens, velhos como a Substância, rivais bonacheirões, fazendo-se mutuamente pirraças amáveis –, um de barbas nevadas e túnica azul, na toilette do antigo Jove, habitando os altos luminosos, entre uma corte mais complicada que a de Luís XIV; e o outro enfarruscado e manhoso, ornado de cornos, vivendo nas chamas inferiores, numa imitação burguesa do pitoresco Plutão – não acredito não, não acredito! Céu e Inferno são concepções sociais para uso da plebe – e eu pertenço à classe média. Rezo, é verdade, a Nossa Senhora das Dores: porque assim como pedi a compadrice do Sr. Doutor para passar no meu acto, assim como, para obter os meus vinte mil réis, implorei a benevolência do Sr. Deputado, igualmente, para que me não assalte o tifo e não me fulmine a apoplexia, necessito ter uma protecção extra-humana. Ou pelo rapé ou pelo incensador, o homem prudente deve ir fazendo assim uma série de sábias adulações desde a Arcada até ao Paraíso” (fim de citação).
(*) Teodoro é o personagem principal desta obra do nosso grande Eça de Queiroz, trabalhava em Lisboa onde era amanuense do Ministério do Reino e vai correr mundo até Jerusalém abonado pela sua rica tia, uma fervorosa católica apostólica romana que queria converter o seu perdido sobrinho e desviá-lo dos caminhos ínvios da capital.
Há praticamente um ano escrevi aqui neste mesmo espaço do Jornal um texto a que dei o título de “Um ar funesto na cidade”. Embora de um modo convenientemente metafórico e eminentemente simbólico esse escrito torna-se agora de novo muito oportuno e respigo para hoje as frases que se seguem, que com muita humildade parecem renovar as palavras de Pessoa, Vieira e Eça que acima ficaram.
4. “Um ar funesto na cidade”
“Há um ar funesto a descer sobre a cidade. Sente-se já o cheiro de uma certa podridão a invadir as nossas narinas. O Sol parece que vai desaparecer e abandonar-nos na volta dos dias que estão para vir. O bulício das crianças já se desvanece numa quietude que nos inquieta e abre fragas nos sentidos.
Os rostos que passam deixam transparecer um olhar baço e uma tez arreganhada. Sentem-se as preocupações e palpita-se a desconfiança. Vem-se a nós a desesperança e o abandono das conquistas no futuro. Este lê-se prenhe de desvarios e de escuridão. A luz apaga-se a cada instante que nos perpassa. Não se vê um amanhã novo, um horizonte radioso. Dá-se-nos a vontade de fechar as janelas e soltar um grito – lancinante de dor e de raiva.
As ruas estão inundadas de ignomínia, de luxúria, de sofreguidão insana pelo vil metal, de despreocupação com os infortúnios e a miséria. A injustiça é flagrante e adensa-se a corrupção das mentes e dos corpos. Tresandam-se as rosas e os canteiros, neles fenecem as sementes da boa fortuna. No rio há um imenso lodaçal, nem os peixes se podem salvar já, de tanta podridão. Consomem-se as almas, soam as desventuras, invade-se a inteligência com medos, campeia já a lassidão e a indiferença doentia. Socialmente rareiam os princípios, a dignidade e a respeitabilidade. Soam atrozes as ilusões e as mentiras, ribombam as trombetas da propaganda. Na cena, no espaço central da “polis”, vagueiam as mesmas sombras – da arrogância, da altivez, do desvario, do insuportável manobrismo.
“Chega, basta, que a canga está demais” – grita um alguém de lá de baixo, cheio da sua miséria longamente sofrida em silêncio!” (fim de citação).
A 3ª República perdeu continuadamente a sua moralidade e o estatuto das elites políticas e outras é medíocre e desacredita-as aos olhos dos comuns cidadãos; o próprio regime passa a estar progressivamente em questão pela degradação a que se vem assistindo (Pessoa tem outra vez razão). Não há sal que evite a corrupção, nem os pregadores pregam as doutrinas sãs, preferem pregar-se a si-mesmos e aos seus súbditos servis e benevolentes; campeia a verdade dos factos sujos das acções e das vontades dos poderosos (Vieira tem agora novamente sentido: não há sal para esta Terra!). Os Teodoros estão aí em todo o lado, nos postos mais altos da República, onde beneficiam da compadrice e do espírito de seita que substitui a competência e o rigor pelo “amiguismo” e o seguidismo político-partidário (Eça definiu os personagens que pululam nos meandros e corredores do poder; e aos outros, os “filhos de deuses menores”, só lhes resta pedirem a intercessão dos Deuses e dos Anjos para sobreviverem).
Portugal vai-se, assim, esvaindo e apoucando, num processo de apodrecimento e desvario moral que não pode acabar em Bem!
José Pinto Correia, Economista
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