quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

As Forças Morais dos Líderes

Estamos perante uma situação gravíssima da Nação a prepararmo-nos para eleger o próximo Presidente da República que estará no comando máximo da nossa política nacional durante os cinco anos que aí vêm. Nos discursos que nos têm sido apresentados pelos candidatos é comum dizer-se que eles não apresentam grandes novidades e muito menos as alternativas para os caminhos e visões do futuro do País.

Por isso mesmo, fixemo-nos nas palavras abaixo proferidas por um verdadeiro líder nacional de outro País, que foi capaz de, pela força e imagética e valorativa das mesmas, transmitir uma mensagem nova e mobilizadora ao povo que o elegeu e que iria governar o seu mandato.

Vejamos essas palavras pois então:

Mas os valores dos quais depende o nosso sucesso – trabalho esforçado e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo –, esses, são bem antigos. Esses são verdadeiros. Têm sido a força silenciosa do progresso ao longo da nossa História. Aquilo que se exige, pois, é um regresso a essas verdades. O que nos é exigido agora é uma nova era de responsabilidade – que todos os americanos reconheçam que temos deveres para connosco próprios, para com a nossa nação e para com o mundo, deveres que não aceitamos com relutância, antes assumimos com satisfação, firmes na convicção de que nada há de mais gratificante, que nada define melhor o nosso carácter, do que a entrega total a uma tarefa difícil.

(…)

América: face aos perigos que nos ameaçam a todos, neste Inverno do nosso descontentamento, recordemos essas palavras intemporais. Com esperança e virtude, afrontemos de novo as correntes geladas e suportemos as tempestades que vierem. Que os filhos dos nossos filhos digam que, quando fomos postos á prova, nos recusámos a deixar que esta viagem terminasse, que não virámos as costas nem vacilámos. E que, com os olhos postos no horizonte e a graça de Deus sobre nós, levámos em frente a grande dádiva da liberdade e a entregámos intacta às gerações futuras.

Estas citações são retiradas da parte final do Primeiro Discurso proferido por Barak Obama como Presidente dos EUA, intitulado “Triunfo da esperança sobre o medo”, Washington, D. C., feito no dia 20 de Janeiro de 2009.

Atentemos, por conseguinte, na clarividência destas “palavras bentas” que também ilustram muito daquilo que respeita à actual desdita nacional, ou melhor desta violentíssima decadência do regime e do completo aviltamento dos nobres ideais da democracia e da Nação portuguesa.

E ponhamos os nossos “olhos da alma” nas palavras deste autêntico líder político, dono de uma verdadeira força moral, e pensemos porque não é hoje possível aparecer um semelhante líder na Nação portuguesa, desde o Presidente da República ao Primeiro-Ministro, pertencente a um qualquer dos grandes partidos nacionais, capaz de fazer um tão vibrante apelo às nossas energias e valores da Pátria secular que somos.

É uma tristeza, vil e apagada, que tal suceda, que a nossa vida política esteja hoje povoada de tanta mediocridade e ausência de carisma e visão estratégica para a Nação que somos.

E esta fragilidade extrema é a prova evidente da decadência e degenerescência da nossa vida política e cívica neste princípio de século e milénio. Portugal merece mais, muito mais e melhor!

José Pinto Correia, Economista

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