Os regimes políticos, os homens que os fazem, as próprias instituições que os instituem, nunca são perfeitos. Mas podem e devem ter uma moral que resista às pequenas e legítimas provas do que é o bem e o mal, do que é o certo e o errado, do que é o legítimo e o ilegítimo, do que é a realidade e a ilusão, do que é a obra e a propaganda, do que são os factos e as manipulações, em suma, do que é a verdade e a mentira. Em Portugal o poder que nos tem governado, ilustrado ao seu mais alto nível de responsabilidade política na própria pessoa do seu Primeiro-Ministro, é tudo o que de mais contrário é o apanágio de uma boa e decente governação. Bem ao invés de uma moralidade inatacável, este Governo e o seu máximo responsável têm uma moral duvidosa e tristemente enganosa. Pode mesmo já hoje dizer-se que em todas as inúmeras manobras, dissimulações, falsidades, o Primeiro-Ministro e o seu Governo são um tristonho exemplo de “um infeliz mundo moral”. Portugal já hoje não tem dúvidas de que tem sido governado com base frequente na irresponsável mentira, na falsidade e na falsificação, nas manipulações grosseiras, nos erros propositados, nas despudoradas utilizações de números e de estatísticas efémeras e desvirtuadas, tudo para criar um falso mundo que a realidade crua e dura tem vindo a desmentir trágica e copiosamente. Como dizia Voltaire: “A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano”. E foi José Sócrates e a sua habilidosa e truculenta maneira de fazer política e de governar a Nação Portuguesa que deu nestes anos recentes uma infeliz e trágica razão ao raciocínio de Voltaire. Portugal vive agora em 2011, como tem vivido ao longo destes últimos anos, uma política de mentira, que transformou a própria mentira na indecorosa “política da mentira”. A governação em Portugal tem sido transformada, desta forma manobradora e esquemática, numa vil e trágica “Mentirocracia”.
José Pinto Correia, Economista
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