Quem quiser reflectir sobre aquilo que Portugal pode ser nesta década e construir os cenários possíveis da evolução da economia e da sociedade portuguesa deve ter em consideração as seguintes linhas de força:
Evolução Demográfica (Pirâmide Etária)
Relação Jovens e Idosos e Activos e Pensionistas/Reformados
Potencial de Crescimento Económico e Evolução do PIB
Perspectivas de Crescimento do Emprego e Níveis de Desemprego
Custos do Desemprego Estrutural
Custos da Dívida Pública e dos Juros Anuais no PIB
Custos da Educação Pública (Incluindo o Ensino Superior)
Custos do SNS
Evolução do Quadro Financeiro do Sistema de Segurança Social
Encargos Gerais da Nação (Defesa, Justiça, Administração Interna e Segurança, Negócios Estrangeiros)
Fluxos Previsíveis de Emigração e Imigração
Não podem existir dúvidas que as simulações resultantes das evoluções previsíveis de todas estas linhas de força que orientarão a evolução económica, social, cultural e política de Portugal são ameaçadoras.
O País tem de fazer a reversão das limitações enormes que delas resultarão e só o pode realizar se optar por um modelo completamente diferente de organização da sua vida económica e social.
A criação de riqueza e o crescimento económico têm de ser prioridades absolutas. A narrativa de que se pode estar sempre a distribuir aquilo que a economia gera tem de ser substituída pela nova e mais criativa de que é preciso criar riqueza, muita riqueza, para poder depois distribuí-la pelos projectos e as pessoas que mereçam essa ajuda e apoios.
Esta mudança profunda também fará com que o Estado se reposicione como catalisador e provedor dessa riqueza, favoreça a criação de empresas e actividades económicas, e regule efectivamente os sectores que têm de ser competitivos e concorrenciais. E esse mesmo Estado tem também de ser activo e eficaz como estratega, como planeador do desenvolvimento económico, e também como agente redutor das indefinições e imprevisibilidades da inserção mundial do País nas cadeias geoeconómicas e geopolíticas da globalização competitiva.
O Estado tem de ser forte naquilo que pode ajudar a economia e a sociedade a gerar iniciativas, negócios, rendimentos e empregos qualificados. E apoiar decisivamente os empreendedores estrangeiros que tenham o objectivo de criar empresas relevantes em Portugal.
Tem de haver, por conseguinte, um novo e muito amplo movimento de reconfiguração da nossa economia e sociedade, gerado e iniciado pelas empresas nacionais e estrangeiras, e que tenha num Estado reconfigurado no seu papel um bom e motivado apoiante e incentivador.
Este é um projecto para toda esta segunda década do século XXI e que também implicará uma nova abordagem e prática da política e uma nova configuração do respectivo sistema em Portugal.
José Pinto Correia, Economista
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