quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Portugal Sustentável 2010-2020?

Quem quiser reflectir sobre aquilo que Portugal pode ser nesta década e construir os cenários possíveis da evolução da economia e da sociedade portuguesa deve ter em consideração as seguintes linhas de força:

Evolução Demográfica (Pirâmide Etária)

Relação Jovens e Idosos e Activos e Pensionistas/Reformados

Potencial de Crescimento Económico e Evolução do PIB

Perspectivas de Crescimento do Emprego e Níveis de Desemprego

Custos do Desemprego Estrutural

Custos da Dívida Pública e dos Juros Anuais no PIB

Custos da Educação Pública (Incluindo o Ensino Superior)

Custos do SNS

Evolução do Quadro Financeiro do Sistema de Segurança Social

Encargos Gerais da Nação (Defesa, Justiça, Administração Interna e Segurança, Negócios Estrangeiros)

Fluxos Previsíveis de Emigração e Imigração

Não podem existir dúvidas que as simulações resultantes das evoluções previsíveis de todas estas linhas de força que orientarão a evolução económica, social, cultural e política de Portugal são ameaçadoras.

O País tem de fazer a reversão das limitações enormes que delas resultarão e só o pode realizar se optar por um modelo completamente diferente de organização da sua vida económica e social.

A criação de riqueza e o crescimento económico têm de ser prioridades absolutas. A narrativa de que se pode estar sempre a distribuir aquilo que a economia gera tem de ser substituída pela nova e mais criativa de que é preciso criar riqueza, muita riqueza, para poder depois distribuí-la pelos projectos e as pessoas que mereçam essa ajuda e apoios.

Esta mudança profunda também fará com que o Estado se reposicione como catalisador e provedor dessa riqueza, favoreça a criação de empresas e actividades económicas, e regule efectivamente os sectores que têm de ser competitivos e concorrenciais. E esse mesmo Estado tem também de ser activo e eficaz como estratega, como planeador do desenvolvimento económico, e também como agente redutor das indefinições e imprevisibilidades da inserção mundial do País nas cadeias geoeconómicas e geopolíticas da globalização competitiva.

O Estado tem de ser forte naquilo que pode ajudar a economia e a sociedade a gerar iniciativas, negócios, rendimentos e empregos qualificados. E apoiar decisivamente os empreendedores estrangeiros que tenham o objectivo de criar empresas relevantes em Portugal.

Tem de haver, por conseguinte, um novo e muito amplo movimento de reconfiguração da nossa economia e sociedade, gerado e iniciado pelas empresas nacionais e estrangeiras, e que tenha num Estado reconfigurado no seu papel um bom e motivado apoiante e incentivador.

Este é um projecto para toda esta segunda década do século XXI e que também implicará uma nova abordagem e prática da política e uma nova configuração do respectivo sistema em Portugal.

José Pinto Correia, Economista

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