O Governo assinou em cerimónia pública há mais de um mês com o Comité Olímpico de Portugal (COP) o contrato de preparação para a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. Este contrato que também tem vários anexos aumentou as dotações relativamente ao de Pequim 2008 para cerca de 16 milhões de euros.
Não se conhecem publicamente, porque não foram divulgados nem no site da Secretaria de Estado do Desporto, do Instituto do Desporto de Portugal (IDP) ou do COP os termos exactos do contrato e respectivos protocolos anexos. Este secretismo a manter-se por muito mais tempo impede que se analisem os termos do que ficou estabelecido, que se conheçam quais os modelos de gestão e os processos de preparação que vão ser utilizados. Bem assim a forma como serão fixados os objectivos das diferentes federações olímpicas e como serão avaliados no tempo os respectivos resultados das modalidades de modo a estarem devidamente representadas nos Jogos de Londres.
Sabe-se, isso sim, que desta vez não vão ser fixados pelo COP objectivos de medalhas mas não se conhecem que tipos de objectivos serão então estabelecidos para poder avaliar dos resultados da preparação realizada e da valia do pacote de financiamento atribuído. Porque em qualquer projecto, e indiscutivelmente num desta envergadura e natureza eminentemente competitiva, é óbvio que terão de existir objectivos previamente estabelecidos por cada federação que vai levar atletas a competirem nos Jogos.
Uma notícia do Público de 23 de Julho titulava: “Portugal quer ser uma potência mundial na canoagem”. E acrescentava no corpo da notícia mais o seguinte: “A canoagem quer tornar-se numa potência do desporto português e impor-se na modalidade a nível internacional, aspiração que passa pelo melhor desempenho de sempre em Jogos Olímpicos em Londres 2012. No fim deste ciclo olímpico, o maior objectivo é tornarmo-nos uma potência da canoagem mundial e do desporto português, vincou o Presidente da Federação, Mário Santos” (sic).
Esta enumeração dos objectivos e da ambição da modalidade protagonizada pelo respectivo Presidente federativo é bem o exemplo contrário do que parece ter estado patente no contrato de preparação para Londres 2012.
Nesta modalidade olímpica da canoagem há uma visão ambiciosa de fazer chegar a modalidade a um nível elevado no concerto competitivo mundial. E isso só pode ser feito com muito e bom trabalho dirigente, dos treinadores e dos atletas. Mas tem objectivos exigentes e quer atingir um determinado patamar, no caso dos melhores do mundo. Deve aqui acrescentar-se que esta ambição federativa se escuda já no trabalho que tem vindo a ser realizado e que teve recentemente expressão nos resultados de vários atletas em competições internacionais das mais importantes.
Assim, é de recordar que foram recentemente conquistadas cinco medalhas e títulos de campeão da Europa nos Europeus sub-23/júnior, o que constitui um recorde para a modalidade que já teve em Pequim 2008 quatro atletas com bom desempenho. O que leva o Presidente federativo a confiar que o passo decisivo vai ser dado em Londres 2012 com um desempenho de ainda melhor nível, quer em termos do número de atletas presentes, quer nos seus respectivos resultados.
Não se conhecem publicamente, porque não foram divulgados nem no site da Secretaria de Estado do Desporto, do Instituto do Desporto de Portugal (IDP) ou do COP os termos exactos do contrato e respectivos protocolos anexos. Este secretismo a manter-se por muito mais tempo impede que se analisem os termos do que ficou estabelecido, que se conheçam quais os modelos de gestão e os processos de preparação que vão ser utilizados. Bem assim a forma como serão fixados os objectivos das diferentes federações olímpicas e como serão avaliados no tempo os respectivos resultados das modalidades de modo a estarem devidamente representadas nos Jogos de Londres.
Sabe-se, isso sim, que desta vez não vão ser fixados pelo COP objectivos de medalhas mas não se conhecem que tipos de objectivos serão então estabelecidos para poder avaliar dos resultados da preparação realizada e da valia do pacote de financiamento atribuído. Porque em qualquer projecto, e indiscutivelmente num desta envergadura e natureza eminentemente competitiva, é óbvio que terão de existir objectivos previamente estabelecidos por cada federação que vai levar atletas a competirem nos Jogos.
Uma notícia do Público de 23 de Julho titulava: “Portugal quer ser uma potência mundial na canoagem”. E acrescentava no corpo da notícia mais o seguinte: “A canoagem quer tornar-se numa potência do desporto português e impor-se na modalidade a nível internacional, aspiração que passa pelo melhor desempenho de sempre em Jogos Olímpicos em Londres 2012. No fim deste ciclo olímpico, o maior objectivo é tornarmo-nos uma potência da canoagem mundial e do desporto português, vincou o Presidente da Federação, Mário Santos” (sic).
Esta enumeração dos objectivos e da ambição da modalidade protagonizada pelo respectivo Presidente federativo é bem o exemplo contrário do que parece ter estado patente no contrato de preparação para Londres 2012.
Nesta modalidade olímpica da canoagem há uma visão ambiciosa de fazer chegar a modalidade a um nível elevado no concerto competitivo mundial. E isso só pode ser feito com muito e bom trabalho dirigente, dos treinadores e dos atletas. Mas tem objectivos exigentes e quer atingir um determinado patamar, no caso dos melhores do mundo. Deve aqui acrescentar-se que esta ambição federativa se escuda já no trabalho que tem vindo a ser realizado e que teve recentemente expressão nos resultados de vários atletas em competições internacionais das mais importantes.
Assim, é de recordar que foram recentemente conquistadas cinco medalhas e títulos de campeão da Europa nos Europeus sub-23/júnior, o que constitui um recorde para a modalidade que já teve em Pequim 2008 quatro atletas com bom desempenho. O que leva o Presidente federativo a confiar que o passo decisivo vai ser dado em Londres 2012 com um desempenho de ainda melhor nível, quer em termos do número de atletas presentes, quer nos seus respectivos resultados.
Como diz o Presidente da federação "O segredo do sucesso da canoagem está em muita motivação, determinação e muito trabalho diário com amor à camisola. E, também, no acreditar sempre que é possível" (sic).
Portugal não tem, contudo, uma pista de canoagem com as devidas infra-estruturas e a promessa do Estado quanto ao Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho (que vai servir também o remo, triatlo e natação em águas abertas) só estará concretizada lá para 2010. Essa infra-estrutura é essencial para que a modalidade se possa desenvolver e permitir aos atletas prepararem-se em condições iguais aquelas em que vão competir. Porque os resultados em termos de ganhar medalhas em competições internacionais dependem dessas boas condições de treino e preparação.
Numa modalidade que tem progredido desta forma visível pelos seus resultados competitivos internacionais, que tem a ambição e visão que perpassa das palavras do respectivo Presidente federativo, só pode e deve exigir-se que tenha os devidos apoios do Comité Olímpico de Portugal e do Estado para que seja possível realizar um trabalho programado que possa dar concretização aos respectivos objectivos e ter tradução efectiva em resultados dos respectivos atletas nos Jogos de Londres de 2012. Isto porque a modalidade quer chegar ao elevado nível mundial a que os seus dirigentes de topo publicamente aspiram.
Este bom exemplo da canoagem deveria ser o modelo para ser seguido pelo COP no incentivo de outras modalidades olímpicas e basear a atribuição criteriosa e selectiva dos apoios que o contrato celebrado com o Governo contemplou para Londres 2012. Porque é um modelo de ambição e visão para as modalidades e tem objectivos estabelecidos para o futuro em função do trabalho e dos resultados previamente concretizados. Assim, seria possível obter em Londres outros resultados para a participação portuguesa nesses Jogos Olímpicos.
Mas só se saberá se o COP poderá e quererá seguir esta forma de actuar depois de se conhecerem publicamente os termos exactos do contrato e dos protocolos anexos firmados entre o Estado/Secretaria de Estado do Desporto/IDP e aquele Comité para os Jogos de Londres de 2012. Assim tal se possa vir a conhecer, como a transparência e os direitos de cidadania exigem, no mais curto prazo.
José Pinto Correia, Mestre em Gestão do Desporto
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