Que espaços de discussão sobre as políticas desportivas existem em Portugal?
Nem no Estado, que tem predomínio legislativo, de financiamento e de regulação de todo o desporto nacional, nem na denominada sociedade civil onde se inscrevem as federações desportivas ou a academia, se oferecem esses espaços organizados de debate e formação, de pensamento estruturado, sobre o desporto na sociedade portuguesa.
É claro que o Estado/Governo tem especiais responsabilidades por não ter nem criado as condições nem favorecido o aparecimento desses “fora” de debate.
Também não são muitas as pessoas que em Portugal estarão habilitadas ou disponíveis para animar essas reflexões. Porque o debate e a formulação de propostas de políticas públicas desportivas têm de ter a perspectiva de que terão consequências e efeitos úteis.
Por isso, e como o Governo privilegiou na presente legislatura a actividade legislativa, o debate sobre a estratégia, a organização e o papel do desporto em Portugal é frágil ou praticamente inexistente. Apenas algumas pessoas vão dando opiniões em pequenos e circunscritos espaços como acontece no “BLOG colectividade desportiva” ou no sítio do “Fórum Olímpico de Portugal”.
Ainda há poucos dias na SIC Notícias, no Programa Tempo Extra, o não acomodado e avisado jornalista Rui Santos lamentava vivamente, e com argumentação bastante sólida, a prática inexistência de estudo e debate sobre o nosso desporto profissional e do futebol em particular relevo. Por isso, também dizia que o trabalho de preparação das futuras selecções nacionais de futebol tinha ficado praticamente sem ser feito nos últimos anos e que as mesmas pessoas estão nos mesmos lugares dirigentes há imensos anos. E agora estamos, disse, praticamente sem soluções evidentes para constituir a nossa selecção principal. Isto é, segundo a sua avisada e consequente opinião, nem a FPF nem o Estado/Governo prestaram o necessário serviço ao desporto profissional do futebol de organizarem os espaços de diálogo, debate e reflexão sobre o desenvolvimento das nossas selecções nacionais.
O que aliás também acontece, na nossa opinião, com a Liga Profissional quanto ao Campeonato. E devo também acrescentar que em nenhuma destas organizações de topo da governação do futebol nacional se discutem os temas da economia e da sustentabilidade financeira e competitiva dos Campeonatos Nacionais, com destaque para a 1ª Liga Profissional.
Para já não relembrar também aqui o fraquíssimo papel do recentemente criado Conselho Nacional do Desporto que parece actuar como simples caixa de ressonância das iniciativas legislativas do Governo e nem publica as actas dos seus trabalhos, discussões e decisões. Não se conhecem o teor das discussões havidas naquele Conselho, nem as suas propostas organizativas e de estratégia para o desporto nacional. Nem é usual que o Conselho peça intervenções de pessoas exteriores que sejam referenciadas como conhecedores de vários dos temas que serão tratados ou decididos.
Não seria já a altura de o Estado/Governo pensar em criar, em conjunto com as Universidades e as entidades associativas do desporto, um Fórum de debate permanente em torno dos problemas de organização e desenvolvimento do desporto (ou das denominadas políticas públicas desportivas)? E isto ser feito à semelhança dos exemplos que existem em outros países europeus, servindo-nos de experiências bem sucedidas como a do Reino Unido?
Para que pudesse ser reunido o conhecimento necessário à concepção e fundamentação das políticas públicas desportivas e se criasse um “centro de conhecimento” que em permanência reunisse as capacidades humanas existentes nos diversos agentes do desporto, desde o Estado, passando pela academia, as organizações desportivas e outras entidades relevantes existentes na denominada sociedade civil.
José Pinto Correia, Mestre em Gestão do Desporto
Nem no Estado, que tem predomínio legislativo, de financiamento e de regulação de todo o desporto nacional, nem na denominada sociedade civil onde se inscrevem as federações desportivas ou a academia, se oferecem esses espaços organizados de debate e formação, de pensamento estruturado, sobre o desporto na sociedade portuguesa.
É claro que o Estado/Governo tem especiais responsabilidades por não ter nem criado as condições nem favorecido o aparecimento desses “fora” de debate.
Também não são muitas as pessoas que em Portugal estarão habilitadas ou disponíveis para animar essas reflexões. Porque o debate e a formulação de propostas de políticas públicas desportivas têm de ter a perspectiva de que terão consequências e efeitos úteis.
Por isso, e como o Governo privilegiou na presente legislatura a actividade legislativa, o debate sobre a estratégia, a organização e o papel do desporto em Portugal é frágil ou praticamente inexistente. Apenas algumas pessoas vão dando opiniões em pequenos e circunscritos espaços como acontece no “BLOG colectividade desportiva” ou no sítio do “Fórum Olímpico de Portugal”.
Ainda há poucos dias na SIC Notícias, no Programa Tempo Extra, o não acomodado e avisado jornalista Rui Santos lamentava vivamente, e com argumentação bastante sólida, a prática inexistência de estudo e debate sobre o nosso desporto profissional e do futebol em particular relevo. Por isso, também dizia que o trabalho de preparação das futuras selecções nacionais de futebol tinha ficado praticamente sem ser feito nos últimos anos e que as mesmas pessoas estão nos mesmos lugares dirigentes há imensos anos. E agora estamos, disse, praticamente sem soluções evidentes para constituir a nossa selecção principal. Isto é, segundo a sua avisada e consequente opinião, nem a FPF nem o Estado/Governo prestaram o necessário serviço ao desporto profissional do futebol de organizarem os espaços de diálogo, debate e reflexão sobre o desenvolvimento das nossas selecções nacionais.
O que aliás também acontece, na nossa opinião, com a Liga Profissional quanto ao Campeonato. E devo também acrescentar que em nenhuma destas organizações de topo da governação do futebol nacional se discutem os temas da economia e da sustentabilidade financeira e competitiva dos Campeonatos Nacionais, com destaque para a 1ª Liga Profissional.
Para já não relembrar também aqui o fraquíssimo papel do recentemente criado Conselho Nacional do Desporto que parece actuar como simples caixa de ressonância das iniciativas legislativas do Governo e nem publica as actas dos seus trabalhos, discussões e decisões. Não se conhecem o teor das discussões havidas naquele Conselho, nem as suas propostas organizativas e de estratégia para o desporto nacional. Nem é usual que o Conselho peça intervenções de pessoas exteriores que sejam referenciadas como conhecedores de vários dos temas que serão tratados ou decididos.
Não seria já a altura de o Estado/Governo pensar em criar, em conjunto com as Universidades e as entidades associativas do desporto, um Fórum de debate permanente em torno dos problemas de organização e desenvolvimento do desporto (ou das denominadas políticas públicas desportivas)? E isto ser feito à semelhança dos exemplos que existem em outros países europeus, servindo-nos de experiências bem sucedidas como a do Reino Unido?
Para que pudesse ser reunido o conhecimento necessário à concepção e fundamentação das políticas públicas desportivas e se criasse um “centro de conhecimento” que em permanência reunisse as capacidades humanas existentes nos diversos agentes do desporto, desde o Estado, passando pela academia, as organizações desportivas e outras entidades relevantes existentes na denominada sociedade civil.
José Pinto Correia, Mestre em Gestão do Desporto
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