Quanto à análise do Programa do PS para o Desporto, como primeiro contributo para discussão efectiva que é imprescindível fazer, é necessário que se seja suficientemente exigente para com o partido que acaba de estar durante mais de quatro anos com o poder político na área do desporto.
Já escrevi no meu sítio que não acalentava a ilusão de o Governo, melhor dito a Secretaria de Estado do Desporto, vir a realizar um qualquer balanço da legislatura na realização da sua política desportiva. E isso porque me parecia que esse balanço deveria “…considerar um quadro de apreciação comparativa entre as efectivas realizações e resultados e os objectivos estratégicos assumidos para o mandato governativo”.
Agora já se sabe que o Governo, tal como eu previra, não realizou qualquer avaliação do seu mandato, dos seus resultados, das suas realizações e política desportiva. Porque como também referi naquela ocasião tal exigência democrática impunha a existência prévia de “… elementos detalhados de estratégia e objectivos prévios…que são os únicos elementos que permitirão realizar um qualquer balanço que o Governo venha eventualmente a fazer” (sic).
Confirmamos de novo que o facto de não ser habitual os governantes darem a conhecer o diagnóstico efectivo das suas realizações e resultados, isto é, a prestarem conta dos seus poderes e mandatos eleitorais, se manteve com o Governo socialista na área do desporto. Basta ir constatar isso ao site da Secretaria de Estado do Desporto que mantém inalterado o hábito de ser apenas e simplesmente um boletim noticioso da agenda do seu titular. Nem os estudos que foram recentemente feitos são ali publicados e continuam apenas como meras notícias de imprensa.
Também dizíamos que “…para realizar esse balanço será necessário tomar em consideração dois elementos essenciais: um primeiro, é o conjunto de objectivos, metas, programas que o Governo estabeleceu, se possível recorrendo a documentos programáticos e estratégicos oportunamente produzidos e divulgados à comunidade nacional; um segundo, é o elencar das medidas de política e os programas que foram colocados efectivamente no terreno desportivo para darem dimensão e dinâmica à prática desportiva, desde os estratos populacionais muito jovens aos mais idosos.
Quanto aos documentos estratégicos estamos provavelmente falados: nenhum foi produzido em quatro anos de mandato. Não foram fixadas metas, objectivos quantificados, modelos de parcerias de agentes do mundo do desporto, números para novos praticantes nas diferentes modalidades, árbitros, juízes, renovação da gestão federativa, etc. Nem foram conhecidos quaisquer estudos realizados pela Secretaria de Estado do Desporto ou pelo Instituto do Desporto de Portugal sobre as temáticas organizacionais, estratégicas, de gestão ou da prática desportiva. Nem sobre os modos de concretizar boas relações entre o desporto escolar, os clubes desportivos e as federações, ou mesmo sobre as ligações eficazes entre os projectos desportivos das autarquias e os do Governo. A Secretaria de Estado agiu sempre isoladamente no âmbito da orgânica governamental e não procurou as devidas relações inter-departamentais que uma eficaz política para o desporto justificaria” (sic).
O Programa Eleitoral do PS vem agora apresentar um conjunto de “compromissos genéricos” em várias alíneas. Fala do desporto escolar, do universitário, do federado, da relação com as autarquias, dos grandes eventos, do Programa Olímpico para Londres com o COP, de um papel para a Confederação do Desporto, e até de um Programa Nacional de Formação de Treinadores, etc. Já posso imaginar o que será este Programa Nacional…! Com tudo ao molho e fé em Deus?
Generalidades há-as de facto neste Programa Eleitoral para o Desporto do PS!
Mas quanto a números, quanto a dados e taxas de participação no desporto, quanto a programas de promoção do desporto pela população jovem e mais idosa, quanto à redução da discriminação de acesso das mulheres dos agora apenas 23% de federados, quanto a quadros de financiamento para o desporto e os Centros de Alto Rendimento, quanto a tudo isso nada nem uma palavra nem uma cifra, por qualquer que seja.
E sobre estudos no desporto continua, uma vez mais, o imenso vazio. Faz-se política sem estudar as realidades? Ou fazem-se uns estudos lá mais para 2013? E no final deixa-se mais uma vez o balanço dos resultados por fazer?
P.S.: E sobre o Programa para os Jogos de Londres quando será possível ver-se aquilo que foi contratado? Será que é domínio secreto ou sigiloso, ou mesmo matéria de segredo de Estado?
José Pinto Correia, Mestre em Gestão do Desporto
Já escrevi no meu sítio que não acalentava a ilusão de o Governo, melhor dito a Secretaria de Estado do Desporto, vir a realizar um qualquer balanço da legislatura na realização da sua política desportiva. E isso porque me parecia que esse balanço deveria “…considerar um quadro de apreciação comparativa entre as efectivas realizações e resultados e os objectivos estratégicos assumidos para o mandato governativo”.
Agora já se sabe que o Governo, tal como eu previra, não realizou qualquer avaliação do seu mandato, dos seus resultados, das suas realizações e política desportiva. Porque como também referi naquela ocasião tal exigência democrática impunha a existência prévia de “… elementos detalhados de estratégia e objectivos prévios…que são os únicos elementos que permitirão realizar um qualquer balanço que o Governo venha eventualmente a fazer” (sic).
Confirmamos de novo que o facto de não ser habitual os governantes darem a conhecer o diagnóstico efectivo das suas realizações e resultados, isto é, a prestarem conta dos seus poderes e mandatos eleitorais, se manteve com o Governo socialista na área do desporto. Basta ir constatar isso ao site da Secretaria de Estado do Desporto que mantém inalterado o hábito de ser apenas e simplesmente um boletim noticioso da agenda do seu titular. Nem os estudos que foram recentemente feitos são ali publicados e continuam apenas como meras notícias de imprensa.
Também dizíamos que “…para realizar esse balanço será necessário tomar em consideração dois elementos essenciais: um primeiro, é o conjunto de objectivos, metas, programas que o Governo estabeleceu, se possível recorrendo a documentos programáticos e estratégicos oportunamente produzidos e divulgados à comunidade nacional; um segundo, é o elencar das medidas de política e os programas que foram colocados efectivamente no terreno desportivo para darem dimensão e dinâmica à prática desportiva, desde os estratos populacionais muito jovens aos mais idosos.
Quanto aos documentos estratégicos estamos provavelmente falados: nenhum foi produzido em quatro anos de mandato. Não foram fixadas metas, objectivos quantificados, modelos de parcerias de agentes do mundo do desporto, números para novos praticantes nas diferentes modalidades, árbitros, juízes, renovação da gestão federativa, etc. Nem foram conhecidos quaisquer estudos realizados pela Secretaria de Estado do Desporto ou pelo Instituto do Desporto de Portugal sobre as temáticas organizacionais, estratégicas, de gestão ou da prática desportiva. Nem sobre os modos de concretizar boas relações entre o desporto escolar, os clubes desportivos e as federações, ou mesmo sobre as ligações eficazes entre os projectos desportivos das autarquias e os do Governo. A Secretaria de Estado agiu sempre isoladamente no âmbito da orgânica governamental e não procurou as devidas relações inter-departamentais que uma eficaz política para o desporto justificaria” (sic).
O Programa Eleitoral do PS vem agora apresentar um conjunto de “compromissos genéricos” em várias alíneas. Fala do desporto escolar, do universitário, do federado, da relação com as autarquias, dos grandes eventos, do Programa Olímpico para Londres com o COP, de um papel para a Confederação do Desporto, e até de um Programa Nacional de Formação de Treinadores, etc. Já posso imaginar o que será este Programa Nacional…! Com tudo ao molho e fé em Deus?
Generalidades há-as de facto neste Programa Eleitoral para o Desporto do PS!
Mas quanto a números, quanto a dados e taxas de participação no desporto, quanto a programas de promoção do desporto pela população jovem e mais idosa, quanto à redução da discriminação de acesso das mulheres dos agora apenas 23% de federados, quanto a quadros de financiamento para o desporto e os Centros de Alto Rendimento, quanto a tudo isso nada nem uma palavra nem uma cifra, por qualquer que seja.
E sobre estudos no desporto continua, uma vez mais, o imenso vazio. Faz-se política sem estudar as realidades? Ou fazem-se uns estudos lá mais para 2013? E no final deixa-se mais uma vez o balanço dos resultados por fazer?
P.S.: E sobre o Programa para os Jogos de Londres quando será possível ver-se aquilo que foi contratado? Será que é domínio secreto ou sigiloso, ou mesmo matéria de segredo de Estado?
José Pinto Correia, Mestre em Gestão do Desporto
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