quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Fim do Teatro de Pilatos!

“O melhor líder é aquele de cuja existência o povo mal se apercebe; menos bom é aquele que é obedecido e aclamado pelo povo; o pior é aquele que o povo despreza” (Lao Tzu, 630 a. C.)


Cena 1


A vergonha em toda a crua nudez. O homem das águas turvas, e das nossas águas, juntamente com o seu amigalhaço Lino, queria dar um naco valente à EDP já em 2000 das tais Águas. E que uns tempos depois iam para propriedade britânica. São de uma farinha bolorenta e lúgubres estas criaturas que desgovernam o nosso País há praticamente dez anos. Mas os mentirosos acabam apanhados. Ainda que não seja tão rapidamente como a nossa democracia requeria...



Cena 2


O Programa Novas Oportunidades. Fazer um programa que envolve centenas de milhares de pessoas e muitos e muitos milhões de euros, nem se sabe ao certo quantos, e não avaliar rigorosamente os resultados é incompetência da mais séria. Não é assim na maioria dos países desenvolvidos. A avaliação rigorosa faz parte integrante das boas políticas públicas. Só mesmo nesta "Socretinice"!



Nas novas oportunidades tenho experiência de um caso familiar que acompanhei de perto. E agora estou a constatar um outro. Não me venham dizer que se aprende, que se transmitem conhecimentos cientificamente validados. Que há professores no sentido exacto e rigoroso que se dá ao agente que ensina efectivamente. Porque não foi isso que eu verifiquei e verifico nos casos que conheço...



Cena 3


Passos Coelho e Paulo Portas querem renegociar as PPP. E provavelmente ambos vão concordar também em parar com o TGV. Passos Coelho disse mesmo que quer transferir os recursos comunitários deste projecto para outros que são prioritários para o novo modelo de desenvolvimento do País que se impõe implantar. Portas também o quer fazer. Boas opções, portanto, estão aí!



Cena 4


Que coisa mais eloquentemente social. Do Estado Social, daquele que é inexpugnável. A nossa ministra da saúde, a senhora da fala longa e atrapalhada, veio dizer agora, nesta mesma data, que os portugueses abusam das consultas. Vê-se logo, quando muitos esperam meses por uma da especialidade é mesmo de grandes abusadores. Viva o SNS, portanto!



Cena 5


Há uma grande guerra no Ministério da Justiça. Trata-se do nosso pequenino filme do Kramer contra Kramer. Vale uns milhares de euros. Mas a coisa deles ainda promete. Irá parar nos tribunais? Ainda estou para ver as testemunhas que vão ser arroladas. Vai ser um corrupio de maiorais. República? Dizem que a moral republicana é a lei. Qual? A do marido ou a da mulher?



Cena 6


Integridade: Fazer corresponder honestamente as palavras e os sentimentos com os pensamentos e as acções, sem outro desejo do que o bem dos outros, sem malícia ou vontade de desiludir, de tirar vantagem, manipular, ou controlar; constantemente revendo a sua intenção à medida que se luta pela congruência (Stephen Covey).



Agora tentar ver como se posiciona o perfil do engenheiro da bancarrota nesta definição claríssima de integridade. Dá para arreliar não dá? Mesmo os mais ordeiros e compreensivos. Não é?



Cena 7


Espantoso. Acabei de ler o Expresso. Nos artigos sobre a política nacional nota-se já a mão visível da mudança da direcção. Sobre o debate de ontem, logo na segunda página, só falta mesmo dizer que o engenheiro da nossa maldição vai começar agora a governar. Que os há, há! Estão à vista agora, e mesmo da desarmada!



Cena 8


Estradas de Portugal. Novidades ou velharias. O velhote Almerindo saiu de lá com aquilo em chamas e já tem um novo “empreguinho”. Vai para uma empresa ligada ao BES, a OPWAY, de onde se retirou o antigo Presidente do Sporting. Vai tratar de construir aquilo que puder com as avenças do regime. A Ascendi da Mota e do camarada Coelho também está lá no Caminho (WAY).



Cena 9


O melhor aluno nacional em 2010 veio das afamadíssimas Novas Oportunidades. Tinha saído do ensino regular porque não tinha boas notas. Anos depois entrou nas NO e vai daí faz um exame de inglês tem 20 valores e entra na Universidade. E fez dois módulos nas NO. Isto não é bom? Isto não é valente? Caramba é o máximo!



Acho mesmo que este aluno podia dar umas lições de inglês ao engenheiro das NO. Para melhorar o tal "bad english". Podia ser uma vantagem para o homem compreender o acordo que assinou com a Troika/Triunvirato!



Cena 10


O que é uma campanha política? Fazer comícios com figurantes alimentados por uma refeição e transportados em autocarros? Como se fossem o quê? Seres humanos sem qualquer dignidade e valor individual? Ou como mendicantes que, por falta de respeito e honradez dos políticos deste PS, sejam conduzidos a alimentar a campanha do homem que desfez o País? Onde chegará este PS do ilusionista-mor?




Cena 11


O engenheiro afirma que é beirão. E que tem qualidades aprendidas nessa parcela de Portugal. Mas e os princípios e os valores de vida: a honestidade, a honradez, a verdade, a respeitabilidade, a humildade, a integridade? Onde ficaram estes? Ninguém ali lhos ensinou? Ou ele não os aprendeu? Desfaçatez, muita, e falsa moral também - disso ele sabe como mais ninguém nas beiras saberá algum dia!



Cena 12


O dono da coisa falou. Diz que aceita os outros no seu Governo. Pretensão e muita. O homem que conduziu o País à bancarrota eminente faz tudo e o seu contrário para ficar no poleiro. Não, a "socretinice" tem de acabar já aqui! Como seria possível Portugal cumprir compromissos tão difíceis e sérios com o homem das doze caras? Vá de retro pois então!



Cena 13


Mário Soares está muito preocupado. Diz que é um exagero o modo como os líderes se destratam publicamente. Pudera, o do PS é um menino de coro. Já não se lembra o nosso senhor do regime de quando invectivava o candidato seu concorrente, Cavaco. E já tinha ele, MS, 82 anitos nessa altura. Agora que o PS pode ser sacudido do mando a palavra difere. Pois é, mudam-se!



Cena 14


O Presidente Almeida Santos é um profeta. E mandador de há décadas, desde que regressou da sua Moçambique, antes dos que por seus doutos conselhos lá ficaram. Estes, e muitos, voltariam depois com uma à frente e a outra atrás. Mas agora o Presidente da Rosa nem admite que o "incinerador da Nação" fique fora de jogo. Não, os outros é que devem ficar se não se submeterem aos donos disto tudo...



Cena 15


Teixeira dos Santos já fala. E diz alto lá fora o que o engenheiro anda a desdizer cá dentro. Teixeira já é da oposição. Fala que nem um “troikano”. Afirma que a descida da TSU implica aumento de impostos e redução de despesa. Que tem de ser calibrada. Que é importante. Tudo isto o ilusionista esconde e contradita. Já nem se recorda do que assinou em nome de Portugal. Só o poder lhe diz algo, muitíssimo mesmo!



Cena 16


Espanha, Espanha, Espanha! Aqui ao lado os homens da reengenharia social, cultural, territorial, e outras mais, foram cilindrados nas eleições. Não tiveram apelo, muito embora o maestro Zapatero tivesse tomado medidas sérias para tentar salvar a honra do palácio. Falta agora que do nosso lado façamos o: Portugal, Portugal, Portugal! Já no dia 5 de Junho - fora com ele!





Cena 17


As trapalhadas das contas da execução orçamental continuam. Nas finanças há maneiras maquilhadas de fazer comparações financeiras. É triste ver esta injúria que é feita contra todos nós. Continua a propaganda. Andam com a barriga para a frente e tiram despesas incursas do realizado. Manobras descaradas. Só para alimentar a falsa aparência. Mas a UTAO está atenta e diz o que tem a dizer!



Gestão orçamental não é gestão de propaganda. Não é nem pode ser em democracia. A gestão de um orçamento obedece a critérios rigorosos de contabilização dos compromissos. Não podem retirar-se despesas efectivas de um trimestre para se dizer que há diminuição efectiva da despesa. Pois ela vai realizar-se durante o ano e será executada no mesmo. O que está a ser feito é maquilhagem não é gestão orçamental credível!



O que está agora a pretender fazer-se na gestão do orçamento de 2011 foi feito com o futuro das novas gerações no domínio das PPP. Atiraram-se os encargos volumosos para os anos de 2013 em diante. Durante muitos dos anos futuros assim vai acontecer. Para quê? Para os donos da coisa poderem andar a mostrar e a inaugurar obras milionárias nos dias do seu Governo...



Cena 18


Os portugueses não vão submeter-se à estratégia do medo do engenheiro. E começam a dar sinais claros de que querem mudar realmente. Mudar implica uma nova liderança capaz de se apresentar com uma visão e um projecto que mobilize as energias das pessoas. Porque é com as motivações e o empenhamento dos portugueses que a esperança se realizará!



Cena 19


Mário Soares é também o nosso grande portento. Para ele todos os políticos europeus (de direita, claro) são medíocres. Bom para ele, mesmo fixe, é o nosso extraordinário engenheiro Pinto de Sousa. Estamos falados, portanto, sobre a capacidade avaliativa do nosso denominado grande político da democracia. Bons são os dele. Os da maravilhosa e portentosa esquerda (moderna ou sei lá quê!)!



Cena 20 – “A Última Cena”


Pilatos tem mandado muito. Fez e desfez. Obras e mais obras. Dívidas brutais. Condenou a Nação e as próximas gerações. Mas não quer nem aceita culpas. Não é cristão, isso é sabido. A sua moral é a da falsidade, da ilusão e do temor reverencial ao seu poder majestático e insaciável. Mas Pilatos tem o seu fim à vista. O Portugal cristão pede justiça, aquele sereno sopro de honra e dignidade nacional que nos livrará daquele que mesmo no fim dos seus dias é incapaz, completa e absurdamente incapaz, de assumir os seus erros trágicos. Sim, Portugal vai renascer sem o seu Pilatos a partir do próximo dia 6 de Junho!



José Pinto Correia, Economista

terça-feira, 24 de maio de 2011

Espanha, Espanha, Espanha!

Este é o lema que deve estar presente na cabeça dos portugueses no próximo dia 5 de Junho. Aqui ao nosso lado, do outro lado da nossa fronteira, os cidadãos eleitores não tiveram nem dúvidas nem contemplações para com o poder e o Governo socialista de Zapatero. Cansaram-se de tanta falta de correspondência entre aquilo que desejavam e o que lhes foi sendo dado. Faltaram milhões de empregos, milhões de cidadãos estão assim sem trabalho, a boa e crescente economia de outros anos desapareceu, e com ela foi-se deteriorando a esperança de melhoria de vida individual e familiar de milhões de espanhóis. De nada valem agora os tão apregoados avanços do progressismo fabuloso e do socialismo vertiginoso de Zapatero. Um país conquista-se com verdade e rigor, com bases sustentadas na sua economia, com equilíbrio político e estrutural, com sensatez e responsabilidade inequívoca perante os desafios de um Mundo globalizado que exige pensamento estratégico e visão de futuro largo aos líderes políticos. E que se não compadece com agendas radicalizadas de cariz ideológico que são pagas com perdas inequívocas de coesão interterritorial e com desestruturação de um Estado nacional. Em Espanha os socialistas pagaram pesadamente a sua ineficácia política e económica e as suas enormes tendências de reengenharia cultural, social, política e económica. Em Espanha os eleitores não duvidaram do que tinham de fazer e castigaram duramente nas urnas o socialismo falhado de Zapatero. Esta é uma boa lição para todos nós portugueses. Pode e deve servir de exemplo do que se impõe fazer nas nossas eleições. Também aqui o socialismo irrealista e ilusório de Sócrates fracassou redonda e tragicamente. No próximo dia 5 de Junho não pode haver dúvidas de que os socialistas portugueses, que se continuam a considerar como irresponsáveis e inimputáveis pelos seis anos da sua governação ininterrupta e conduziram o país e a Nação mais antiga da Europa à falência do seu Estado, têm de ter o mesmo castigo eleitoral que em Espanha foi dado ao socialismo de Zapatero. No próximo dia 5 de Junho ter-se-á de fazer ouvir nas urnas eleitorais o mesmo pregão democrático: Portugal, Portugal, Portugal! (como ontem se ouviu do outro lado: Espanha, Espanha, Espanha!). E outro futuro se levantará…!


José Pinto Correia, Economista

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Estratégia do Medo ou Projecto de Futuro?

Sócrates (o verdadeiro, o filósofo): “A maior maneira de viver com honra neste mundo é a de ser aquilo que fingimos ser” (frase que tem servido a máscara do nosso engenheiro para iludir tudo e todos os que tentam compreender as suas atribuladas mistificações).



A Estratégia de Sócrates e do PS


O Partido Socialista, ou melhor o seu mandador único e recandidato José Sócrates, só têm uma estratégia política para estas eleições que se aproximam. Essa é a de amedrontarem as pessoas mais dependentes e frágeis e lhes acenarem todos os dias e horas com o espantalho de que vão perder isto e mais aquilo que o Estado lhes tem pretensamente garantido.



Não explicam qual o projecto de governação que têm para o Portugal atravessado por uma situação trágica com setecentos mil desempregados e muitos e muitos outros milhares a viverem na completa pobreza. Nem como querem criar empregos, nem como querem recolocar a economia a crescer para que seja possível pagar aos credores aquilo que agora eles nos emprestaram à pressa para evitarmos a falência completa do Estado.


Portanto, a estratégia socrática nesta trágica encruzilhada a que conduziu Portugal é a de fazer ameaças sobre os muitos milhares de portugueses que nunca fez sair da dependência extrema do Estado e que agora tenta manipular com atemorizações que iludem o essencial da realidade da vida política do futuro do País.


O Partido Socialista e José Sócrates não têm projecto político para apresentarem a Portugal, não assumem as suas responsabilidades na situação desgraçada a que o País foi conduzido e por isso desviam a sua campanha para o medo e a tentativa de injuriarem na praça pública as propostas e o projecto político da oposição. Não de toda a oposição, claro, mas o do PSD, partido que pode vir a ganhar as eleições e formar uma maioria política e governativa que ponha em prática os compromissos internacionais e as linhas de uma nova esperança de relançar a economia e de renovar a dignidade dos portugueses e de Portugal na cena internacional.


Esta estratégia do engenheiro Sócrates na qual arrasta todo o PS é miserável porque demonstra a sua falta de dignidade e carácter em assumir as responsabilidades pelo passado recente e a sua absurda incapacidade em tornar evidente um caminho novo para o País poder vir a sair da bancarrota eminente aonde foi conduzido.


Sócrates quer apagar a memória dos portugueses, fazer com que o País salte por cima sem discutir e inscrever na sua consciência nacional todas as decisões e jogos de poder irresponsáveis com que armadilhou o futuro colectivo da Nação. Ora esse apagamento da memória é uma tentativa obscena de tornar indiferentes as consciências individuais, o que poderia permitir manter para o futuro as soluções e os protagonistas da nossa actual tragédia colectiva.


Vamos ter de contar e discutir vivamente o passado, fazer as contas certas e pedir responsabilidades aos mandantes destes últimos seis anos. E isso faz-se de muitas maneiras.


As Contas de Sócrates e do PS


Alguém ensina o engenheiro a fazer contas? Penso que no PS já não há economistas de serviço à coisa negra em que o consulado se transformou. Apenas vêm à ribalta os juristas juniores, Medina e Silveira, para lançarem mais alucinogéneos sobre os portugueses. Peçam lá ao “revoltado” Ferro para lhes ensinar a aritmética do programa de ajustamento que assinaram!



Então assinaram a redução dos custos salariais com o triunvirato externo e como é que os senhores da ruína querem concretizar a tarefa? Ou pensam em fugir ao compromisso? Não há mil maneiras de o fazer. Digam lá como é que propõem fazê-lo a tempo de retomarmos a competitividade externa perdida nestes anos de tragédia. Peçam duas ou três lições ao Dr. Silva Lopes, no mínimo!


Os "homens da engenharia perdida" negociaram o acordo sem fazerem a mínima ideia do que estavam a assinar!? E agora andam às escuras e de cabeça perdida perante as soluções que os outros andaram a pensar e preparar para repararem a miséria da situação em que Portugal foi colocado pela irresponsabilidade socrática. Pela "socretinice", que é o que se deve chamar a toda esta vergonhosa desgovernação!


SS, o Professor Santos Silva, é o senhor da doutrina desta miserável tramóia travestida de governação. Em outra qualquer democracia ocidental madura esta gentalha medíocre e despudorada já tinha sido violentamente corrida de cena. Mas aqui há milhões de pessoas com tão poucos recursos para viverem que os criminosos ainda podem afligir com medos e acenos de espantalhos estes indefesos cidadãos...


Paulo Portas esteve bem, muito bem, quando disse na cara do "mandador da bancarrota" que com ele nem pensar. Que não lhe confiava nem um dos cêntimos que Portugal vai ter para tentar ressurgir do descalabro socialista. E chamou-o ali mesmo de mentiroso, algo que agora já é do domínio da conversa comum. O dito cujo ainda reclamou mas de nada lhe vai valer. Vai morrer ali mesmo, frente ao povo que desprezou...


Alguém vai ter de vir discutir o programa eleitoral do PS. Que está por completo fora da realidade que a troika veio trazer para a luz do dia. Mas o incinerador continua a alimentar a sua falsidade suprema. Deviam obrigá-lo a elucidar o que mandou escrever ao seu propagandista de serviço: o doutorado Santos Silva!


As Perguntas da Democracia Portuguesa para Sócrates!


Medida a medida daquilo que a Troika veio exigir a Portugal deviam ouvir-se as soluções que o engenheiro Sócrates tem para as implementar, tal como se obrigou a fazer ao assinar o acordo de entendimento enquanto responsável máximo do Governo e do Estado. E perguntar-lhe por que é que pensa que todas essas novas medidas nos foram agora exigidas. E de seguida também porque não estavam na solução milagrosa do seu PEC IV.



Vamos ouvir as respostas e ficar a perceber a forma de entender os compromissos assumidos que o homem da bancarrota tem para dar aos portugueses. Só que isto impunha que os media fizessem o seu trabalho em termos de intermediação clara entre a responsabilidade de um homem que governa Portugal há mais de seis anos e que agora pretende escapulir-se por entre o meio dos pingos dos programas dos outros.


Vamos lá então ler e reler o programa do PS à luz das exigências programáticas e calendarizadas da Troika. Isso é o que a democracia de um país europeu exige que seja feito nestas semanas de campanha eleitoral. Porque propaganda, acenar de espantalhos e de múltiplas alucinações já tivemos muitas durante estes anos de consulado agora completamente irresponsabilizado e inimputável, e todas essas monstruosidades têm um custo de 78 mil milhões de euros já fixado internacionalmente para os próximos três anos.


Qual é mesmo o programa eleitoral do PS de Sócrates? Comentar o dos outros? Dizer hoje o contrário do que iria ter de fazer amanhã se permanecesse ligado ao governo? Que economia quer o PS? Que educação? Que saúde? Que Estado? Social, social, social, diz. E isso é o quê concretamente? E com que recursos e escolhas?


Como pode um partido que quer ser tomado por responsável e de governo sério apresentar um programa eleitoral antes de ter conhecimento das exigências e do programa de ajustamento externo? Que manobra gigantesca de falta à verdade foi esta do PS? O que pode agora confirmar esse partido e os seus dirigentes que vão concretizar do programa da Troika? O PS assinou o programa externo como? Com segundas intenções? Quais?


Qual o nível de credibilidade que pode ter um candidato a primeiro-ministro, ainda por cima em repetição do cargo, que se apresenta ao eleitorado com um programa que é desmentido totalmente pelo acordo que ele próprio assina depois com os intermediários dos credores externos de Portugal? Que não defende nesse programa eleitoral nenhuma das mudanças estruturais que foi assinar “a posteriori”?


Conclusões


Há uma encenação grotesca a decorrer. Quem mandou durante mais de seis anos e conduziu Portugal a um protectorado externo durante mais uns quantos está agora a encenar uma vitimização indecorosa, por um lado, e a transportar o medo e as angústias para cima dos portugueses mais frágeis e indefesos perante a trágica condição a que conduziu o País, por outro. E continua a eximir-se completamente às suas muitas decisões incendiárias e irresponsáveis. Tentando apagar as suas responsabilidades e a memória destes anos de desvario político afirma sem pudor que a culpa é dos outros. E ao seu espelho dos enganos continua a ver-se no poder. Para que mais?



Liderança com princípios é o que Portugal precisa urgentemente. Alguns dos princípios dessa nova liderança: responsabilidade, verdade, prudência, confiabilidade, honestidade, credibilidade, humildade, temperança, prestação de contas, compromisso, honradez, proximidade. E que originem políticas que tenham a realidade como base de partida e a criação de riqueza e a solidariedade com os mais carenciados como pontos de chegada.


Mas para ter essa nova liderança, que tem implicitamente muitos valores associados, e logo à cabeça o da exemplaridade, a nossa Nação tem de libertar-se do ferrete da "socretinice".


Derrotar "o mestre da ruína" a que fomos conduzidos é o imperativo absoluto, por conseguinte!


José Pinto Correia, Economista

quarta-feira, 18 de maio de 2011

“A Desvalorização Fiscal”

Há hoje na praça pública e no mundo da política nacional argumentos de dois “mundos ideológicos” contra aquilo que se tem vindo a denominar de desvalorização fiscal e que está incluído no programa de ajustamento que as autoridades externas impuseram para que Portugal pudesse ter acesso aos empréstimos internacionais da UE e do FMI.


O primeiro é o do socialismo, corporizado por toda a nossa esquerda, PS incluído, que acredita que existem empresas que podem pagar a produtividade que não têm aos seus trabalhadores. E o segundo que é o dos liberais extremistas que pensam que o mercado se deve encarregar de matar as empresas mais frágeis, numa espécie de darwinismo social que é típico desta corrente.


Tanto uma como a outra esquecem nesta questão premente da denominada “desvalorização fiscal” que Portugal tem vindo a perder competitividade, quer pela valorização da sua actual moeda quer por ter aumentando assinalavelmente os seus custos unitários médios do trabalho.


Com a pretendida desvalorização não se pretende retomar a defesa das empresas de mão-de-obra barata dos anos oitenta, mas apenas e só tentar restaurar na cena internacional em que as nossas empresas que hoje existem podem competir alguma da sua perdida competitividade que tenha tradução clara na vertente preço-qualidade. Porque quando se altera o preço médio de venda também automaticamente se modifica aquela relação básica de concorrência nos mercados que é muito relevante e se torna facilmente reconhecida pelos respectivos mercados clientes.


E também é evidente que se aumentarem as vendas externas das nossas empresas actualmente existentes podem daí resultar impactos directos no nível de emprego derivado do potencial acréscimo dessa mesma actividade produtiva. E aumentará também a receita fiscal e da segurança social muito provavelmente.


Para mais deve ainda referir-se que esta medida de desvalorização fiscal tem incluída a compensação em IVA que torna os produtos importados mais caros relativamente, diminui o consumo deles, tende a substituir importações de produtos mais caros, e pode fazer aumentar o consumo de bens intermédios produzidos internamente e que são incorporados nas exportações. Isto tem, então, óbvios reflexos no reequilíbrio da nossa deficitária balança comercial.


Para além disto ainda se deve aduzir que o sector dos bens não transaccionáveis da nossa economia, que tem privilégios e falta de concorrência visíveis, vai ter de compensar os consumidores da diminuição dos seus custos de trabalho. E trata-se de diminuir custos de bens e serviços, como a energia, os combustíveis ou as comunicações, que têm implicações enormes nos custos de produção de muitas das empresas que exportarão mais bens transaccionáveis.


Claro que esta medida de desvalorização fiscal tem de ser bem estudada e devidamente calibrada. Mas tem de ser forte para poder ter efeitos significativos e dinamizar a nossa tristonha economia, através dos potenciais efeitos benéficos que o acréscimo de competitividade internacional dela advindo dará às nossas empresas exportadoras (lembremos que há mais de uma década que as exportações mantêm o mesmo peso no PIB, de cerca de trinta por cento, o que é revelador!).


José Pinto Correia, Economista

terça-feira, 17 de maio de 2011

Nobre com Nobreza

Fernando Nobre tem uma vida de muitos anos de trabalho dedicado ao serviço das causas humanitárias, do apoio a seres humanos em desespero e grave sofrimento, e até também mais recentemente pela afirmação dos direitos humanos. Tudo isto tem sido feito pela organização que fundou, a AMI, que leva a ajuda solidária e de extrema urgência e necessidade até muitas partes do Mundo onde se verificam situações de franca deterioração das condições de vida e de sobrevivência e a morte espreita muitos seres humanos indefesos e frágeis. Fernando Nobre é um português do Mundo que tem ideais, princípios e valores por que se bate e trabalha com ardor, exigência, dureza extrema, sempre em favor dos mais desprotegidos e carentes. Faz todo este seu trabalho com um autêntico espírito missionário, porque acredita que tem o dever moral superior de ajudar a aliviar o sofrimento, salvar da morte outros seres humanos, ou de dar auxílio para construir um Mundo menos angustioso, miserável e trágico. E é assim, imbuído destes ideais e valores de serviço da causa da humanidade ao longo de décadas da sua vida de médico solidário, que escolhe agora vir a servir os portugueses na nossa “Casa da Democracia”. Sem que para tal tenha de se autolimitar no seu espaço de afirmação e de busca de soluções que afirmem aquilo que sempre o caracterizou e por quer continuar a bater-se com denodo e confiança. Fernando Nobre pode ser uma lufada de ar puro na nossa Assembleia da República numa época trágica como a que o País e a Nação vão atravessar. Porque será uma voz audível em defesa da honradez e coerência moral na política, da afirmação da credibilidade das soluções para minorar o sofrimento dos mais fracos, e da afirmação de um espírito de e ao serviço do bem comum. Tudo isto é muito, diferente de tudo o quanto de infeliz tem vindo a acontecer a Portugal, e permitirá a Fernando Nobre reafirmar no Parlamento nacional toda a sua nobreza e desprendimento das vantagens pessoais, o que constitui um traço perceptível e amplo de toda a sua vida de defesa e patrocínio de causas grandes da humanidade.


José Pinto Correia, Economista

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A Liberdade para Escolher!

Vem aí o tempo das escolhas absolutas, de optar entre aquilo que cada um, na sua consciência e liberdade individual de eleitor, e no silêncio da boca da urna, quer que Portugal possa via a ser nos muitos anos próximos.


E que não nos enganemos agora, porque desta feita vamos a votos em condições limite da nossa soberania pátria, daquela réstia que nos vai ser deixada pelo programa de resgate que as instituições europeias e o FMI ainda nos permitem.


Depois de durante tantos e tantos meses o actual Governo ter andado a queimar a nossa margem estreita de negociação que teríamos se não fossemos conduzidos, como efectivamente fomos, para a proximidade do abismo financeiro e da ruptura de pagamentos do Estado.


A insustentabilidade da situação, e da vileza da manobra de meses encenada pelo actual Primeiro-Ministro, ficou patente nas condições exigidas pelos peritos externos e no montante do empréstimo. São 78 mil milhões de euros para os próximos três anos, o equivalente a quase cinquenta por cento do nosso produto ou riqueza criada anualmente.


E nos seis longos e insanos anos desta governação foram praticamente essas mesmas dezenas de milhares de milhões que Portugal aumentou à sua dívida pública, mesmo com os aumentos enormes de impostos que se registaram, e que foi possível verificar-se pelo aumento enorme dos gastos do Estado e de um conjunto de obras que a engenharia do regime quis fazer (lembremos que o Estado já consome mais de cinquenta por cento do PIB do País).


E sabe-se que ainda vêm aí já a seguir os muitos e muitos mais milhares de milhões das empreitadas de estradas e outras parcerias que foram feitas recentemente e cujos encargos ficaram convenientemente atirados para 2013 e anos futuros.


Nada de tudo isto é assumido pelos mandadores destes anos, pois são eles que ainda agora continuam a acenar com novos fantasmas, e com uma propaganda fantasiosa e encharcada de demagogia e falsidades.


Conhece-se a estratégia política dos falsários e dos irresponsáveis. Primeiro, começaram por apresentar uma encenação de programa eleitoral com muitas orações requentadas e com o completo ignorar das exigências que nos iam ser feitas pelos credores europeus e do FMI. E como não pensaram em nada de soluções para a situação triste a que conduziram o País apenas se depositaram sobre o resultado do trabalho que os negociadores externos nos iam impor.


E agora ainda têm a despudorada ousadia de criticarem as propostas dos outros que não se recusaram a pensar as alternativas e as hipóteses de uma verdadeira estratégia de recomposição da economia, com crescimento, riqueza e emprego.


Os homens que comandaram a tragédia económica, financeira e social destes anos e empurraram Portugal para o abismo financeiro são os mesmos que tentam agora desfazer as propostas dos que tentaram encontrar, na estreiteza das nossas capacidades e autonomia nacional, os caminhos da esperança e da renovação da Nação.


E são esses mesmos, capitaneados pelo seu aclamado inimputável máximo, que não tendo nada para apresentar aos portugueses são incapazes de assumir que fracassaram redondamente e representam a tragédia e a ruína actual. Mas ainda assim vociferam contra tudo o que é novidade, proposta de solução, diferença de caminho para o País. Fazem-no como se pretendessem reemergir no meio de terra queimada, onde nada mais exista para Portugal do que aquilo que os negociadores externos fixaram em vinte dias.


Ou seja, os mesmos que se fixavam contra qualquer ajuda ou resgate externo são agora “fixistas máximos” nesse mesmo programa externo, porque são completamente incapazes de encontrarem quaisquer soluções novas para o País que encurralaram num abismo. E dado que não têm políticas para formularem e submeterem aos seus concidadãos e não assumem, simultaneamente, nada do seu passado catastrófico de governantes, tentam infernizar as propostas e programas alheios e a mente dos portugueses que fizeram depender quase exclusivamente dos trocos e favores do seu Estado majestático.


Há aqui nesta estratégia de amedrontamento uma manipulação criminosa e grosseira das consciências e da liberdade de escolha dos eleitores portugueses. E existe mesmo um clima anti-democrático de coacção e de cerceamento dos espaços de afirmação da livre consciência e da liberdade da escolha dos eleitores. É esta manobra indigna que está a ser tentada para estas eleições de Junho de 2011 pelos representantes do poder socialista em funções há seis anos. Precisamente pelos que manipularam tão aviltada e violentamente durante estes anos a realidade do País, das suas circunstâncias económicas e financeiras, e conduziram Portugal à ruína que o resgate externo agora tão claramente veio demonstrar.


Esta estratégia obscura e obscena tem de ser desmontada com os argumentos democráticos da verdade e das responsabilidades dos que conduziram Portugal a um regime de protectorado estrangeiro e de perda da sua soberania nacional e da respectiva autonomia económica e financeira durante vários anos. E isto impõe que se mostrem aos portugueses e eleitores as consequências do desmando desta governação, do que isso significa de sacrifícios nos anos que aí vêm, de perda de nível de vida e de fragilização de muitos milhares de famílias e empresas, de desemprego maciço durante anos, de aumento da pobreza e de perda de expectativas e de oportunidades para os muitos e muitos milhares de jovens qualificados que não encontrarão aquilo que esperavam que o País lhes permitisse alcançar.


Os dez milhões de portugueses serão mais pobres nos vários anos que aí vêm, lutarão com imensas dificuldades de emprego e de rendimento, terão menos possibilidades de construir um futuro como o que tinham previsto ou sonhado. E isso foi resultado da incúria destes anos de desgoverno e de completa irresponsabilidade económica e financeira.


Mas esses mesmos portugueses têm de ser capazes de se libertarem desta manipulação gigantesca e do adensamento dos medos que os responsáveis desta tragédia vão querer instalar e darem no acto eleitoral, com a sua liberdade individual, a única resposta que vale a pena: Votar para Mudar!


E com esta resposta de seres livres, na mais lídima expressão da liberdade individual e do seu poder único de soberania, colocarem à frente dos destinos da sua Pátria todos aqueles que podem vir de mãos e bolsos limpos ajudar a reconstruir Portugal!


É isto, tudo isto, que é imenso e pode fazer a absoluta diferença na esperança e confiança de ajudar a redimir na nossa Nação com mais de nove séculos de história, que estará em causa no acto eleitoral do próximo dia 5 de Junho.


José Pinto Correia, Economista

terça-feira, 10 de maio de 2011

“O Xuxalismo Zero”

O vasto consulado do engenheiro Sócrates esteve especializado em dezenas e dezenas de anúncios de milhões, milhões e mais milhões, obras e mais obras, comboios, estradas, aviões, computadores, ventoinhas gigantes, choques e choques de modernidades e mais modernidades, subsídios e mais subsídios do nascimento à cova, e impostos, muitos impostos, desde o IVA ao IRS e IRC. E muitos milhares de milhões de euros de dívida pública e de endividamento externo despreocupadamente acumulados, porque o princípio base deste “Xuxalismo Socrático” era o do faça agora, mostre serviço e obras, endivide-se hoje e ainda mais amanhã e anos depois, porque a longo prazo estaríamos todos mortos. O “Xuxalismo Socrático” era uma fonte suprema de onde jorravam milhões e milhões por toda a parte, sem que os mandantes quisessem cuidar de saber de onde vinham os níqueis e até onde chegariam. Criavam-se, isso sim, como alimento melífluo regimental, as magníficas e esplendorosas mordomias, as benesses, muitas rendas grandiosas, dividendos chorudos para as empresas amigas, colocavam-se por lés e lés os milhentos correligionários do patrão da coisa pública, criava-se uma corte imensa de “meninos e meninas” colocadas no aparelho distributivo, e mantinham-se, assim mesmo, as agradecidas e obedientes ondas de gente e gente endividada ao “mestre da engenharia xuxalista”. E aos mais carentes, os ditos pobres do regime, os pensionistas e idosos, davam-se as réstias dos tributos do Estado omnipresente e omnipotente, onde o engenheiro se sentava no respectivo trono. Pelo meio faziam-se discursos magnânimes com narrativas de bem-estar eterno, segurado num Estado benevolente, bem entregue às mãos solidárias e engenhosas dos “donos da coisa nossa”. Tudo foi bem, mesmo magnificamente bem. Mas agora, em Abril de 2011, chegaram as contas para pagar desta “Festa Xuxalista”! Que vai ser paga por todos nós. Durante vários anos de duras vidas, com o desfazer das fantasias e ilusões da pretensa abastança anterior. E ainda vamos ouvir, no meio desta longa e duríssima jornada de reconstrução de Portugal, as criaturas de toda aquela tramóia xuxalista destes últimos anos a brandirem as armas do medo e os espantalhos das desgraças sobre todos aqueles muitos e muitos milhares de portugueses fragilizados e dependentes que eles tão vergonhosa quanto tresloucadamente esqueceram na sua aventureira e vertiginosa volúpia do poder. Porque agora, os “Xuxalistas Socráticos” alimentam o medo para tentarem ocultar a sua completa ausência de soluções para a monstruosidade política, económica e social que criaram. Agora, nesta situação trágica ainda vêm com um triste arremedo de política, baseada no truque indecoroso de instilarem os receios nos mais frágeis e dependentes que eles abandonaram durante tanto tempo. Sócrates e os seus afiliados vêm agora com esta versão de um “Xuxalismo Zero”, um programa requentado de propaganda, sem propostas para os vastíssimos problemas do País, centrado em acenar e agitar espantalhos sobre as propostas alheias, e ainda na tentativa medíocre e imoral de instilarem o medo naqueles milhares de portugueses que eles tão despudoradamente esqueceram na sua vertigem bilionária de gastos e acumulação de dívidas.


José Pinto Correia, Economista

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Divagações na Hora da Verdade de Portugal

O Mandador sem Lei!


Nestes dias que correm rapidamente, o País toma conta das suas verdades escondidas durante anos. Estão entre nós os senhores que fazem e refazem as contas da trágica situação a que Portugal foi conduzido nestes últimos anos de uma forma irresponsável, ilusória e mentirosa. Criminosa mesmo. Anunciam-se os valores da nossa bancarrota: 78 mil milhões de euros, para os próximos três anos! E que nos diz o mandador sem regra? Que tudo é bom, muito melhor do que se esperava! Vergonha, culpa, responsabilidade, erros? Nada na criatura a afasta da sua alucinação de sempre!



Cristãos Sempre!


Lembremos Nero, por conseguinte. Mandou incendiar a bela Roma, a sua cidade imperial, e não contente com tamanha ignomínia lançou as culpas sobre os serenos e humildes cristãos. Mas no fim das contas o cristianismo venceu a infernal maquinação. Vamos pois ser como os romanos, cristãos sábios e amantes do bem!



Tragédias humanas viveram-se no grandioso e inumano Coliseu de Roma. Esmaga-nos com a pétrea insubstância das suas arcadas e arena. Morreram naquele cenário muitas almas boas e puras. Multidões inebriadas pela volúpia da morte dos outros ali acorreram anos a fio. Mas hoje a memória de todos esses, culpados e inocentes, fica redimida pela Cruz de Cristo, negra, singela, tranquila, que ali foi colocada pelo Pontífice da Cristandade, João Paulo II. Ele mesmo a caminho da Sua Santidade!



Mais Portugal!


Portugal tem décadas de atraso na educação da maioria da sua população. As estatísticas de jovens com os estudos do secundário concluídos deixam-nos a quase vinte pontos percentuais da média europeia. Basta também ver quando os jornalistas entrevistam nas ruas os portugueses. As respostas são paupérrimas em regra.



Os portugueses das ruas, do dia-a-dia, têm imensas dificuldades em articular uma resposta a qualquer questão da vida nacional ou comunitária. Em regra rangem entre dentes umas frases feitas e com pouco sentido crítico ou racionalizado. Isto é o capital humano a falar. E a produtividade regista estas fatais insuficiências.



Podemos dizer que os salários médios nacionais são maus. Podemos até compará-los com os de outros países europeus. Mas a comparação séria tem de relacionar salários e níveis de produtividade. Um salário de metade de outro pode ser menor em produtividade em três ou quatro vezes, o que faz com que os custos salariais de produção possam então ser invertidos do primeiro para o segundo caso. E neste ficam mais caros em comparação os custos salariais dos produtos e serviços respectivos.



E a nossa capacidade de organização empresarial e de gestão, incluindo os processos produtivos, é também em muitas pequenas e médias empresas bem inferior à das empresas idênticas de outros países europeus. O que faz aumentar custos médios e perder competitividade relativa. E os salários têm de repercutir essas fragilidades, infelizmente. É a economia a falar mais alto e com as suas leis objectivas.



Compete-se na economia aberta e globalizada nos tempos de hoje. E a competitividade, como bem explicou Michael Porter, faz-se genericamente pelos custos ou pela diferenciação. Podem existir nichos de focagem para determinadas produções mais pequenas. Mas a economia industrial tem estas bases de competitividade internacional. E isso implica capacidades de gestão, estratégia, organização e liderança.



Portugal perdeu muita competitividade internacional na última década. Como a vamos restaurar? Com boa gestão e estratégias. Mas indispensavelmente também com redução de custos comparativos. E isso exigirá medidas que simulem ou implementem essas reduções de custos médios e marginais. Para também haver acumulação de capitais. Mais capitalismo a sério, por conseguinte, com capacidade de se afirmar na sua iniciativa, inovação e regras éticas indiscutíveis, é o que Portugal precisa para sair desta violentíssima crise e poder voltar a crescer, criando riqueza e empregos.



O capitalismo cria ou aproveita as oportunidades dos mercados. Para ter mais iniciativa privada criadora de riqueza e emprego, novos investimentos produtivos nacionais e internacionais, Portugal tem libertar os impedimentos burocráticos e de simular ou restabelecer um clima que facilite e incentive/estimule todos os projectos e ideias empresariais. Uma "revolução cultural e de processos" é o que se exige nestes próximos anos!



Bons Exemplos Externos!


A Abadia de Westminster. Um tesouro monumental que engrandece um Reino Unido em torno da sua história e do enorme imaginário da realeza. Neste dia 29 de Abril de 2011, esta peça da gesta humana esteve no centro de uma majestosa cerimónia que faz a comunhão de uma Nação dos quatro cantos do Mundo. Esta é a força inigualável da família real, que dá um testemunho memorial e futurístico de uma comunidade ímpar. Esse é o diferencial dos Reinos. Unem mais do que separam, e têm essa enorme capacidade em todos os momentos da história das suas Nações.



A Praça de São Pedro em Roma. Dia 1 de Maio de 2011, a grande estima pela humanidade ímpar de um caminhante de Cristo na Terra foi ali testemunhada. A alma eloquentemente boa de João Paulo II, o Papa do diálogo ecuménico, da viagem ininterrupta, da valentia incomensurável da sua dor e dificuldades de finais de vida aqui, aquela afável criatura de Deus foi acolhida ao alto dos nossos corações. São Pedro foi honrado e fez mais um dos seus ser digno de santidade. Somos todos de Woytila, do homem que se fez grande, muito grande mesmo!





Reinventar a Administração Pública!


Em Portugal infelizmente nem nos partidos nem nos meios intelectuais e académicos, e ainda por maior razão nos mediáticos, houve até hoje pensamento estratégico sobre como “Reinventar a Administração Pública Portuguesa”. E digo “Reinventar” porque foi essa a denominação que o Presidente Clinton e o seu Vice-Presidente Al Gore deram ao seu exercício, que lideraram durante mais de sete anos ininterruptos, de reconfiguração geral da administração federal americana nos idos anos noventa do século passado.



Nunca entre nós se acompanharam, nem na academia nem no Instituto Nacional de Administração (INA), e muito menos na sempiterna Secretaria de Estado da Administração Pública, os bons exercícios de reforma estrutural das administrações públicas de outros países, como aquela que foi levada a cabo nos EUA e permitiu passar de défices brutais da era Reagan para os primeiros excedentes em muitas décadas no final dos mandatos do Presidente Clinton (e que foram desbaratados de seguida pela era Bush).



Entre nós o então deputado José Magalhães, recém-chegado do PCP ao PS, fez nos princípios dos anos noventa a tradução do Relatório que lançou a iniciativa Clinton, dando-lhe o título “Reinventar a Administração Americana”, traduzido por ele e editado pela Quetzal.



Embora tenha sido apresentado na Fundação Luso-Americana, este livro nunca mereceu entre nós nenhuma discussão profunda. E este exercício de reconfiguração global do estado federal americano trazia para primeiro plano as teses da “Nova Gestão Pública”, dos autores Osborne e Gaebler (com a obra “Reinventing Government” dos princípio dos anos noventa), e da denominada administração empresarial em oposição à administração burocrática tradicional.



No INA em Portugal nunca ouvi discutir estas novas teses de gestão pública, que viriam a estar presentes em inúmeras experiências de mudança das administrações públicas de diversos países da OCDE.



Se formos verificar as propostas básicas do exercício Clinton/Gore pode-se constatar que tudo foi feito a partir da própria iniciativa da administração federal, que houve uma condução estratégica ao mais alto nível da reinvenção, e que só excepcionalmente se admitiam as negociações de saída de funcionários (com recurso a esquemas de apoio previamente definidos). O que não se permitiriam mais daí em diante seriam as ineficiências brutais, os desbaratamentos de recursos públicos e dos contribuintes, a falta de estratégia e de missão dos serviços, a falta de planeamento organizacional e de apresentação de resultados e a eficaz avaliação do desempenho. Defendia-se também a promoção da concorrência entre serviços públicos e privados, a utilização da denominação e do conceito de cliente dos serviços, etc., etc.



Tudo isto são coisas de que, infelizmente e para nossa perdição agora bem à vista de todos, aqui no cantinho oeste desta Europa ninguém se lembrou nunca de discutir e colocar em efectiva e determinada concretização.



Agora, que se volta a falar na sempre ausente reforma da administração pública e no emagrecimento do Estado, recomendar-se-ia que nos meios políticos e académicos se pudessem estudar as soluções concretizadas naquela reinvenção da administração americana e outras mais em que se usaram os princípios da nova gestão pública. E que os responsáveis governamentais do futuro próximo possam aceder ao livro referido, que a Quetzal editou em 1994, e que tentem vislumbrar a distância imensa a que estamos das soluções que já naquela época do século vinte foram encontradas para uma boa e eficaz mudança nos paradigmas de funcionamento e organização estrutura da administração federal americana. E até lá estão no tal Relatório, da que ficou denominada “National Performance Review (NPR)” (ainda hoje toda a vastíssima documentação se encontra disponível em arquivos especiais), as contas previsionais das poupanças económicas e financeiras e em recursos humanos que baseavam a iniciativa.



José Pinto Correia, Economista

O Inimputável Máximo

Anda por aí o inimputável máximo. Ciranda de cerimónia em cerimónia, de obra em obra, do alto da sua postura, ou melhor impostura, de vozeio em riste, gesticula, meneia-se, agita-se, ao mesmo tempo que acusa tudo em seu redor. Tratou de presentear os portugueses com um caderno de orações requentadas para ir ao acto eleitoral de Junho sem fazer o balanço da sua imoral conduta consular. E como não teve nada de mais para apresentar do que aquelas vacuidades vai de zurzir na praça de cada burgo por onde passa que quer ouvir as propostas dos outros rapidamente. Pensa, portanto, naquela sua habitual alucinação imoral que os que querem ser responsáveis governantes nesta situação de tragédia que ele ditou podem ter comportamentos tão insanos como os seus. O crime tremendo e gigantesco que este ilusionista e incompetente líder governamental foi cometendo contra os portugueses nestes anos desvairados não pode ficar esquecido e ainda recompensar esta mesma criatura! E é este mesmo inimputável máximo, que vai a uma cerimónia pública inaugurar uma escola de Portugal em carro oficial, com despesas pagas pelos contribuintes, e nessa mesma ocasião, como primeiro governante, acusa os partidos da oposição do que lhe apetece. Isto é a imoralidade da mais medíocre. Faz isso ao mesmo tempo, nas mesmas horas, em que gasta o dinheiro de todos para fazer política do seu partido, da sua clique, do seu falido consulado. Falta decoro e o mínimo de vergonha a este "Senhor de Matosinhos"! Estas confusões entre o Estado, o governo e o partido são impróprias de uma democracia, de um País europeu com responsáveis políticos que separam o que é público daquilo que é específico de um partido. Portugal não é o quintal ou o bazar de um propagandista iluminado que entende que é dono de tudo e de todos. Portugal não é o quintal do Largo do Rato nem de um qualquer apalaçado condomínio da Rua Castilho!


José Pinto Correia, Economista