Sócrates (o verdadeiro, o filósofo): “A maior maneira de viver com honra neste mundo é a de ser aquilo que fingimos ser” (frase que tem servido a máscara do nosso engenheiro para iludir tudo e todos os que tentam compreender as suas atribuladas mistificações).
A Estratégia de Sócrates e do PS
O Partido Socialista, ou melhor o seu mandador único e recandidato José Sócrates, só têm uma estratégia política para estas eleições que se aproximam. Essa é a de amedrontarem as pessoas mais dependentes e frágeis e lhes acenarem todos os dias e horas com o espantalho de que vão perder isto e mais aquilo que o Estado lhes tem pretensamente garantido.
Não explicam qual o projecto de governação que têm para o Portugal atravessado por uma situação trágica com setecentos mil desempregados e muitos e muitos outros milhares a viverem na completa pobreza. Nem como querem criar empregos, nem como querem recolocar a economia a crescer para que seja possível pagar aos credores aquilo que agora eles nos emprestaram à pressa para evitarmos a falência completa do Estado.
Portanto, a estratégia socrática nesta trágica encruzilhada a que conduziu Portugal é a de fazer ameaças sobre os muitos milhares de portugueses que nunca fez sair da dependência extrema do Estado e que agora tenta manipular com atemorizações que iludem o essencial da realidade da vida política do futuro do País.
O Partido Socialista e José Sócrates não têm projecto político para apresentarem a Portugal, não assumem as suas responsabilidades na situação desgraçada a que o País foi conduzido e por isso desviam a sua campanha para o medo e a tentativa de injuriarem na praça pública as propostas e o projecto político da oposição. Não de toda a oposição, claro, mas o do PSD, partido que pode vir a ganhar as eleições e formar uma maioria política e governativa que ponha em prática os compromissos internacionais e as linhas de uma nova esperança de relançar a economia e de renovar a dignidade dos portugueses e de Portugal na cena internacional.
Esta estratégia do engenheiro Sócrates na qual arrasta todo o PS é miserável porque demonstra a sua falta de dignidade e carácter em assumir as responsabilidades pelo passado recente e a sua absurda incapacidade em tornar evidente um caminho novo para o País poder vir a sair da bancarrota eminente aonde foi conduzido.
Sócrates quer apagar a memória dos portugueses, fazer com que o País salte por cima sem discutir e inscrever na sua consciência nacional todas as decisões e jogos de poder irresponsáveis com que armadilhou o futuro colectivo da Nação. Ora esse apagamento da memória é uma tentativa obscena de tornar indiferentes as consciências individuais, o que poderia permitir manter para o futuro as soluções e os protagonistas da nossa actual tragédia colectiva.
Vamos ter de contar e discutir vivamente o passado, fazer as contas certas e pedir responsabilidades aos mandantes destes últimos seis anos. E isso faz-se de muitas maneiras.
As Contas de Sócrates e do PS
Alguém ensina o engenheiro a fazer contas? Penso que no PS já não há economistas de serviço à coisa negra em que o consulado se transformou. Apenas vêm à ribalta os juristas juniores, Medina e Silveira, para lançarem mais alucinogéneos sobre os portugueses. Peçam lá ao “revoltado” Ferro para lhes ensinar a aritmética do programa de ajustamento que assinaram!
Então assinaram a redução dos custos salariais com o triunvirato externo e como é que os senhores da ruína querem concretizar a tarefa? Ou pensam em fugir ao compromisso? Não há mil maneiras de o fazer. Digam lá como é que propõem fazê-lo a tempo de retomarmos a competitividade externa perdida nestes anos de tragédia. Peçam duas ou três lições ao Dr. Silva Lopes, no mínimo!
Os "homens da engenharia perdida" negociaram o acordo sem fazerem a mínima ideia do que estavam a assinar!? E agora andam às escuras e de cabeça perdida perante as soluções que os outros andaram a pensar e preparar para repararem a miséria da situação em que Portugal foi colocado pela irresponsabilidade socrática. Pela "socretinice", que é o que se deve chamar a toda esta vergonhosa desgovernação!
SS, o Professor Santos Silva, é o senhor da doutrina desta miserável tramóia travestida de governação. Em outra qualquer democracia ocidental madura esta gentalha medíocre e despudorada já tinha sido violentamente corrida de cena. Mas aqui há milhões de pessoas com tão poucos recursos para viverem que os criminosos ainda podem afligir com medos e acenos de espantalhos estes indefesos cidadãos...
Paulo Portas esteve bem, muito bem, quando disse na cara do "mandador da bancarrota" que com ele nem pensar. Que não lhe confiava nem um dos cêntimos que Portugal vai ter para tentar ressurgir do descalabro socialista. E chamou-o ali mesmo de mentiroso, algo que agora já é do domínio da conversa comum. O dito cujo ainda reclamou mas de nada lhe vai valer. Vai morrer ali mesmo, frente ao povo que desprezou...
Alguém vai ter de vir discutir o programa eleitoral do PS. Que está por completo fora da realidade que a troika veio trazer para a luz do dia. Mas o incinerador continua a alimentar a sua falsidade suprema. Deviam obrigá-lo a elucidar o que mandou escrever ao seu propagandista de serviço: o doutorado Santos Silva!
As Perguntas da Democracia Portuguesa para Sócrates!
Medida a medida daquilo que a Troika veio exigir a Portugal deviam ouvir-se as soluções que o engenheiro Sócrates tem para as implementar, tal como se obrigou a fazer ao assinar o acordo de entendimento enquanto responsável máximo do Governo e do Estado. E perguntar-lhe por que é que pensa que todas essas novas medidas nos foram agora exigidas. E de seguida também porque não estavam na solução milagrosa do seu PEC IV.
Vamos ouvir as respostas e ficar a perceber a forma de entender os compromissos assumidos que o homem da bancarrota tem para dar aos portugueses. Só que isto impunha que os media fizessem o seu trabalho em termos de intermediação clara entre a responsabilidade de um homem que governa Portugal há mais de seis anos e que agora pretende escapulir-se por entre o meio dos pingos dos programas dos outros.
Vamos lá então ler e reler o programa do PS à luz das exigências programáticas e calendarizadas da Troika. Isso é o que a democracia de um país europeu exige que seja feito nestas semanas de campanha eleitoral. Porque propaganda, acenar de espantalhos e de múltiplas alucinações já tivemos muitas durante estes anos de consulado agora completamente irresponsabilizado e inimputável, e todas essas monstruosidades têm um custo de 78 mil milhões de euros já fixado internacionalmente para os próximos três anos.
Qual é mesmo o programa eleitoral do PS de Sócrates? Comentar o dos outros? Dizer hoje o contrário do que iria ter de fazer amanhã se permanecesse ligado ao governo? Que economia quer o PS? Que educação? Que saúde? Que Estado? Social, social, social, diz. E isso é o quê concretamente? E com que recursos e escolhas?
Como pode um partido que quer ser tomado por responsável e de governo sério apresentar um programa eleitoral antes de ter conhecimento das exigências e do programa de ajustamento externo? Que manobra gigantesca de falta à verdade foi esta do PS? O que pode agora confirmar esse partido e os seus dirigentes que vão concretizar do programa da Troika? O PS assinou o programa externo como? Com segundas intenções? Quais?
Qual o nível de credibilidade que pode ter um candidato a primeiro-ministro, ainda por cima em repetição do cargo, que se apresenta ao eleitorado com um programa que é desmentido totalmente pelo acordo que ele próprio assina depois com os intermediários dos credores externos de Portugal? Que não defende nesse programa eleitoral nenhuma das mudanças estruturais que foi assinar “a posteriori”?
Conclusões
Há uma encenação grotesca a decorrer. Quem mandou durante mais de seis anos e conduziu Portugal a um protectorado externo durante mais uns quantos está agora a encenar uma vitimização indecorosa, por um lado, e a transportar o medo e as angústias para cima dos portugueses mais frágeis e indefesos perante a trágica condição a que conduziu o País, por outro. E continua a eximir-se completamente às suas muitas decisões incendiárias e irresponsáveis. Tentando apagar as suas responsabilidades e a memória destes anos de desvario político afirma sem pudor que a culpa é dos outros. E ao seu espelho dos enganos continua a ver-se no poder. Para que mais?
Liderança com princípios é o que Portugal precisa urgentemente. Alguns dos princípios dessa nova liderança: responsabilidade, verdade, prudência, confiabilidade, honestidade, credibilidade, humildade, temperança, prestação de contas, compromisso, honradez, proximidade. E que originem políticas que tenham a realidade como base de partida e a criação de riqueza e a solidariedade com os mais carenciados como pontos de chegada.
Mas para ter essa nova liderança, que tem implicitamente muitos valores associados, e logo à cabeça o da exemplaridade, a nossa Nação tem de libertar-se do ferrete da "socretinice".
Derrotar "o mestre da ruína" a que fomos conduzidos é o imperativo absoluto, por conseguinte!
José Pinto Correia, Economista
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