quinta-feira, 12 de maio de 2011

A Liberdade para Escolher!

Vem aí o tempo das escolhas absolutas, de optar entre aquilo que cada um, na sua consciência e liberdade individual de eleitor, e no silêncio da boca da urna, quer que Portugal possa via a ser nos muitos anos próximos.


E que não nos enganemos agora, porque desta feita vamos a votos em condições limite da nossa soberania pátria, daquela réstia que nos vai ser deixada pelo programa de resgate que as instituições europeias e o FMI ainda nos permitem.


Depois de durante tantos e tantos meses o actual Governo ter andado a queimar a nossa margem estreita de negociação que teríamos se não fossemos conduzidos, como efectivamente fomos, para a proximidade do abismo financeiro e da ruptura de pagamentos do Estado.


A insustentabilidade da situação, e da vileza da manobra de meses encenada pelo actual Primeiro-Ministro, ficou patente nas condições exigidas pelos peritos externos e no montante do empréstimo. São 78 mil milhões de euros para os próximos três anos, o equivalente a quase cinquenta por cento do nosso produto ou riqueza criada anualmente.


E nos seis longos e insanos anos desta governação foram praticamente essas mesmas dezenas de milhares de milhões que Portugal aumentou à sua dívida pública, mesmo com os aumentos enormes de impostos que se registaram, e que foi possível verificar-se pelo aumento enorme dos gastos do Estado e de um conjunto de obras que a engenharia do regime quis fazer (lembremos que o Estado já consome mais de cinquenta por cento do PIB do País).


E sabe-se que ainda vêm aí já a seguir os muitos e muitos mais milhares de milhões das empreitadas de estradas e outras parcerias que foram feitas recentemente e cujos encargos ficaram convenientemente atirados para 2013 e anos futuros.


Nada de tudo isto é assumido pelos mandadores destes anos, pois são eles que ainda agora continuam a acenar com novos fantasmas, e com uma propaganda fantasiosa e encharcada de demagogia e falsidades.


Conhece-se a estratégia política dos falsários e dos irresponsáveis. Primeiro, começaram por apresentar uma encenação de programa eleitoral com muitas orações requentadas e com o completo ignorar das exigências que nos iam ser feitas pelos credores europeus e do FMI. E como não pensaram em nada de soluções para a situação triste a que conduziram o País apenas se depositaram sobre o resultado do trabalho que os negociadores externos nos iam impor.


E agora ainda têm a despudorada ousadia de criticarem as propostas dos outros que não se recusaram a pensar as alternativas e as hipóteses de uma verdadeira estratégia de recomposição da economia, com crescimento, riqueza e emprego.


Os homens que comandaram a tragédia económica, financeira e social destes anos e empurraram Portugal para o abismo financeiro são os mesmos que tentam agora desfazer as propostas dos que tentaram encontrar, na estreiteza das nossas capacidades e autonomia nacional, os caminhos da esperança e da renovação da Nação.


E são esses mesmos, capitaneados pelo seu aclamado inimputável máximo, que não tendo nada para apresentar aos portugueses são incapazes de assumir que fracassaram redondamente e representam a tragédia e a ruína actual. Mas ainda assim vociferam contra tudo o que é novidade, proposta de solução, diferença de caminho para o País. Fazem-no como se pretendessem reemergir no meio de terra queimada, onde nada mais exista para Portugal do que aquilo que os negociadores externos fixaram em vinte dias.


Ou seja, os mesmos que se fixavam contra qualquer ajuda ou resgate externo são agora “fixistas máximos” nesse mesmo programa externo, porque são completamente incapazes de encontrarem quaisquer soluções novas para o País que encurralaram num abismo. E dado que não têm políticas para formularem e submeterem aos seus concidadãos e não assumem, simultaneamente, nada do seu passado catastrófico de governantes, tentam infernizar as propostas e programas alheios e a mente dos portugueses que fizeram depender quase exclusivamente dos trocos e favores do seu Estado majestático.


Há aqui nesta estratégia de amedrontamento uma manipulação criminosa e grosseira das consciências e da liberdade de escolha dos eleitores portugueses. E existe mesmo um clima anti-democrático de coacção e de cerceamento dos espaços de afirmação da livre consciência e da liberdade da escolha dos eleitores. É esta manobra indigna que está a ser tentada para estas eleições de Junho de 2011 pelos representantes do poder socialista em funções há seis anos. Precisamente pelos que manipularam tão aviltada e violentamente durante estes anos a realidade do País, das suas circunstâncias económicas e financeiras, e conduziram Portugal à ruína que o resgate externo agora tão claramente veio demonstrar.


Esta estratégia obscura e obscena tem de ser desmontada com os argumentos democráticos da verdade e das responsabilidades dos que conduziram Portugal a um regime de protectorado estrangeiro e de perda da sua soberania nacional e da respectiva autonomia económica e financeira durante vários anos. E isto impõe que se mostrem aos portugueses e eleitores as consequências do desmando desta governação, do que isso significa de sacrifícios nos anos que aí vêm, de perda de nível de vida e de fragilização de muitos milhares de famílias e empresas, de desemprego maciço durante anos, de aumento da pobreza e de perda de expectativas e de oportunidades para os muitos e muitos milhares de jovens qualificados que não encontrarão aquilo que esperavam que o País lhes permitisse alcançar.


Os dez milhões de portugueses serão mais pobres nos vários anos que aí vêm, lutarão com imensas dificuldades de emprego e de rendimento, terão menos possibilidades de construir um futuro como o que tinham previsto ou sonhado. E isso foi resultado da incúria destes anos de desgoverno e de completa irresponsabilidade económica e financeira.


Mas esses mesmos portugueses têm de ser capazes de se libertarem desta manipulação gigantesca e do adensamento dos medos que os responsáveis desta tragédia vão querer instalar e darem no acto eleitoral, com a sua liberdade individual, a única resposta que vale a pena: Votar para Mudar!


E com esta resposta de seres livres, na mais lídima expressão da liberdade individual e do seu poder único de soberania, colocarem à frente dos destinos da sua Pátria todos aqueles que podem vir de mãos e bolsos limpos ajudar a reconstruir Portugal!


É isto, tudo isto, que é imenso e pode fazer a absoluta diferença na esperança e confiança de ajudar a redimir na nossa Nação com mais de nove séculos de história, que estará em causa no acto eleitoral do próximo dia 5 de Junho.


José Pinto Correia, Economista

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